por emma sarpentier
Depois de mais de três meses de revolta nas ruas, que resultou em mais de cem mortos, milhares de feridos e milhares de prisioneiros, a suposta oposição socialista fabiana da Venezuela decide fazer um plebiscito não oficial para perguntar ao povo se ele deseja viver um pouco mais sob o regime socialista. Uma das perguntas mais importantes do plebiscito que foi realizado nesse domingo pelos tucanos venezuelanos era a seguinte:
Você é a favor da renovação dos poderes públicos, como a realização de eleições livres e a formação de um governo de unidade nacional?
Analisando atentamente a expressão Governo Unidade Nacional, pode-se depreender nas entrelinhas que ela sugere co-governar com o chavismo. Por outro lado, o movimento de Resistência já demonstrou ao longo de três meses o que queremos, e não precisamos de plebiscito para isso. É ilusão acreditar que um regime ditatorial de esquerda irá abrir mão do poder por essa via plebiscitária. A ditadura irá simplesmente ignorar o plebiscito alegando sua ilegalidade. Além do que, este não é o primeiro plebiscito que fazemos, já houve vários. E quais foram os resultado?
Eu entendo que o chavismo não será removido do poder essa via plebiscitária, ainda que o resultado do plebiscito seja em favor do povo, pois o chavismo simplesmente ignora essa ferramenta de consulta popular. Espero estar errada, e que esse segmento menos socialista da oposição, a MUD, tenha em conta o desespero de um povo iludido tantas vezes.
Mas o fato é que a oposição social-democrata deseja apenas co-governar com o chavismo, quer compartilhar o poder com o regime de ditadura. O objetivo dessa oposição é chegar ao poder para supostamente melhorar o socialismo. E entre essa oposição e o regime de ditadura chavista, o que existe é um povo sequestrado em seu próprio país e vivendo em sua maioria faminto e na extrema pobreza. O plebiscito não oficial organizado pela oposição socialista fabiana serviu para tirar o povo das ruas. E ao fazer isso, vendeu a ilusão de uma solução democrática, ao mesmo tempo em que deu oxigênio para o regime assassino, que estava encurralado, e ajudou a melhorar a sua imagem internacional.
Promover uma votação em um regime comunista, estando um criminoso e assassino na chefia do governo sob a tutela do Foro de São Paulo, serve apenas como mecanismo de legitimação desse mesmo regime. É preciso muita ingenuidade ou déficit de inteligência política estratégica para não perceber isso. O plebiscito também significa dar um cheque em branco para os mesmos socialistas que sempre colaboraram com a ditadura comunista-chavista. Logo após o plebiscito, seguramente terá início um jogo legalista, por meio de apelos inúteis ao Supremo Tribunal da Justiça. O fato é que a nossa liberdade jamais será alcançada se não nos dispusermos a desobedecer o aparato legal imposto pelo regime comunista.
Durante a votação desse domingo, as forças de repressão do chavismo abriram fogo contra a população de Catia, deixando um morto e quatro feridos graves. Houve também um sequestro: milícias paramilitares sequestram o Cardeal Jorge Urosa Savino e outras pessoas que estavam com ele em uma Igreja. Até o momento eu não obtive informações mais detalhadas do sequestro. No decorrer da votação, vários jornalistas nacionais e estrangeiros foram atacados e feridos.
Nicolás Maduro pede, por meio de disparos de tiros de sua milícias, que o povo permita que ele continue sendo um ditador e assassino. Os socialistas fabianos, por sua vez, se dispõem a participar de um jogo eleitoral que em última instância servirá para legitimar o regime de ditadura. Isso porque os comunistas jamais deixarão o poder por meio de ferramentas constitucionais, e se isso ocorresse, a Venezuela seria o primeiro país do mundo a realizar tal feito. A única ação concreta que nos interessa, e não um teatro ou encenação, é aquela que venha pôr um fim ao sistema socialista existente no país.
Emma Sarpentier é colaborado do Crítica Nacional em Caracas.
Edição de texto de Paulo Eneas. #CriticaNacional #TrueNews
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Boa noite, em muitos pontos concordo com você, leio seus posts e vejo o rumo que poderá ser dado ao próprio Brasil em futuro próximo, e isso me preocupa muito, a maioria acha que através de manifestações os políticos entregaram o poder de volta ao povo.
Ledo engano, a prova é a Venezuela que há mais de uma década vem fazendo passeatas para tirar primeiro Chaves e depois maduro, e a única coisa que ganhou foi bala.
Vejo o mesmo acontecendo aqui no Brasil.
Muitos acham que com manifestações de domingo se conseguirá tirar estes criminosos no poder.
Meu Deus isso nunca acontecerá.
Veja o que aconteceu como o impeachment de Dilma, serviu única e exclusivamente para atrasar o povo e impedir eles de exteriorizar a vontade da intervenção militar. Que como aquela senadora já externou é o anseio de mais de 50% da população em vários estados. Eles apenas não colocaram em pratica, porque uma suposta elite intelectual de direita assim não pensa.
Acha que através de atos e lobby junto ao congresso tudo se resolverá.
A historia mostra que sem uma ruptura com o regime hoje vigente, e no nosso caso ou por bem ou pela bala não será viável e realidade.
Quando os intelectuais conservadores ou não entenderam que comunista só sai a bala, que somente saem do poder de livre vontade, quando é feito como a união soviética, para destruir o resto do mundo, como foi o cavalo de troia dos comunistas em 85.
Eu defendo única e exclusivamente a intervenção instituinte do povo com suporte das Forças Armadas ela querendo assumir ou não. Eles não terão escolha.
O governo americano vai pressionar o tirano Maduro, através dos intere$$es da petrolífera estatal venezuelana. De que adianta um país rico em petróleo, governado por comunistas insanos que subjugam a maioria da população, cada vez mais empobrecida, faminta e desesperançada?
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