O Ministro Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, participou como convidado de audiência uma na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (02/07) para falar sobre as supostas mensagens que, segundo o site The Intercept, o ministro teria trocado com procuradores da Operação Lava Jato quando exercia a função de juiz de primeira instância. Estas mensagens de caráter privado foram roubadas dos aparelhos celulares do então juiz Sérgio Moro e dos procuradores.
O roubo se deu aparentemente por meio de ação de espionagem internacional. O site The Intercept não apenas divulgou o produto do roubo, como existe suspeita de que tenha viabilizado a ação criminosa para esse propósito: ter acesso ilegal a supostas conversas privadas entre procuradores e o então juiz para, a partir da publicação editada e adulterada dessas supostas mensagens, promover acusações infundadas contra o agora ministro e desacreditar a Operação Lava Jato.
Na audiência, que durou cerca de sete horas, o Ministro Sérgio Moro defendeu a operação Lava Jato e reafirmou que não infringiu nenhuma lei durante o período em que atuou como juiz da primeira instância. Ele também disse que não reconhecia a autenticidade das conversas atribuídas a ele e ao procurador Deltan Dallagnol.
Sérgio Moro afirmou ainda que não tem receio de que novas mensagens possam ser divulgadas em breve, e que está tranquilo com sua atuação como juiz. Enfatizou que se novas mensagens forem publicadas sem adulteração, apenas irão revelar o compromisso com a lei, a imparcialidade e a ética.
Quebra de decoro parlamentar e afronta ao ministro
O que os brasileiros presenciaram ontem durante a audiência foi uma verdadeira afronta e desrespeito a um membro do governo e às instituições, além da quebra do decoro parlamentar. Ao final da sessão houve tumulto e gritaria generalizada, quando o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), afirmou que Sérgio Moro entrará para a história como um “juiz ladrão”, fazendo analogia com um juiz de futebol e que a “história não o absolverá”.
Os insultos protagonizados pelo deputado comunista do PSOL carioca sintetizaram a inversão de valores promovida por uma audiência que reuniu todos os elementos de uma cena surreal: muitos dos parlamentares que inqueriram o ministro são suspeitos ou investigados por crimes de corrupção, e utilizavam-se do conteúdo de mensagens roubadas e adulteradas para questionar a honestidade e a legalidade da atuação do então juiz.
O tumulto causado pelo insulto ao ministro por parte do deputado comunista carioca Glauber Graga foi potencializado pela ação conivente da deputada também comunista Marcivânia (PC do B-AP), que comandava os trabalhos da seção naquele momento e não viu “nada de errado” no insulto que seu colega comunista havia desferido contra o ministro. Os parlamentares governistas presentes na seção naquele momento saíram em defesa do ministro, que retirou-se do local, e em seguida a audiência foi encerrada.
O insulto desferido pelo deputado comunista Glauber Braga repercutiu de tal modo que durante o dia de hoje discutiu-se na Câmara dos Deputados a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado na Comissão de Ética da casa. A quebra de decoro parlamentar pode resultar desde advertência até cassação do mandato de um parlamentar. Colaboração Angelica Ca #CriticaNacional #TrueNews #RealNews