por paulo eneas
Em sua transmissão semanal realizada às quintas-feiras pelas redes sociais, o Presidente Jair Bolsonaro recomendou hoje (12/03) o adiamento das Manifestações de 15 de Março em virtude do aumento do risco associado ao coronavírus.
Usando máscara e na companhia do Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o presidente mais uma vez enfatizou que estas manifestações são na sua origem espontâneas e não foram “programadas” pelo chefe de governo.
O presidente argumentou que o momento não é propício para aglomerações que possam acelerar a propagação do coronavírus pois, ainda que ele apresente baixa letalidade, um grande número de pessoas infectadas poderia resultar em uma sobrecarga no sistema de saúde pública.
Essa sobrecarga, por sua vez, pode acarretar a incapacidade de atendimento a pessoas acometidas de outros tipos de enfermidades não relacionadas ao coronavírus. Em vista disto, o presidente sugeriu que as manifestações sejam adiadas até que o risco associado ao coronavírus tenha se dissipado.
No entanto, o presidente lembrou que o recado já havia sido dado ao Congresso Nacional, especialmente em relação à pretensão do legislativo de tomar para si cerca de quinze bilhões do orçamento federal. E o recado nesse caso foi a própria disposição exibida pela população nas redes sociais de ir para as ruas em defesa do Presidente e da independência dos três poderes.
A recomendação do presidente deve ser seguida
Em nosso entender, a recomendação do presidente precisa e deve ser seguida pelos seus apoiadores. Em primeiro lugar pelo fato de o presidente ter novamente reconhecido a legitimidade e o caráter democrático das manifestações originalmente marcadas, desfazendo assim a mentira que a grande imprensa vem propagando há semanas a respeito da natureza desses atos.
Em segundo lugar, entendemos que o adiamento da manifestação com a presença física de um grande número de pessoas e sua substituição no mesmo dia por uma ação ostensiva nas redes sociais acompanhada de um panelaço, é a decisão mais acertada a ser tomada por duas razões: a primeira, em vista dos riscos à saúde pública associados ao coronavírus.
A segunda razão é de natureza política: existia até aqui a expectativa de que estas manifestações seriam as mais massivas da história do País, demonstrando assim a força e e apoio político sem igual que o presidente tem junto à sociedade brasileiro. A disposição mostrada nas redes sociais reforçava essa percepção.
No entanto, o temor surgido nos últimos dias ante o risco do coronavírus (seja esse temor totalmente fundado ou não) trouxe uma componente de incerteza. Esta incerteza foi até mesmo verbalizada na fala do Presidente em sua transmissão. Uma das consequências desta incerteza seria exatamente o risco de uma presença de público menor do que o esperado, o que seria politicamente negativo para a própria figura do presidente.
Nesse sentido, entendemos ser mais correto que as lideranças dos movimentos de rua confirmem o adiamento das manifestações do dia 15 de março com a presença física das pessoas nas ruas, e substitua esse atos por ações no mesmo dia nas redes e panelaços para expressar o apoio dos brasileiros ao Presidente Bolsonaro.