por paulo eneas
Em um gesto descontrolado e próprio de quem vestiu uma carapuça e teme pelo que está por vir, o governador tucano paulista João Doria interrompeu abruptamente sua fala em coletiva desta quarta-feira (10/06) sobre a situação da epidemia do vírus chinês em São Paulo, e passou a desferir ataques à deputada federal Carla Zambelli e a fazer insinuações sobre instrumentalização política da Polícia Federal.

João Doria acusou Carla Zambelli de ser porta-voz da Polícia Federal e de antecipar atos, e rotulou a deputada de “vitrola parlamentar ideológica” e de ser alguém que “prefere engraxar botas de militares”, incluindo aí o Presidente da República.

Os impropérios do governador foram desferidos após a ação da Polícia Federal no Pará na manhã desta quarta-feira, e que desbaratou um esquema criminoso de desvio de recursos público envolvendo o próprio governador daquele Estado, Helder Barbalho.

A agressividade verbal do governador que engraxa botas e coturnos dos comunistas chineses, e que é o responsável direto pela destruição da economia paulista e que tornou o Estado de São Paulo o recordista de óbitos por coronavírus no país, é reveladora de quem está incomodado e temeroso.

João Doria seguramente está incomodado e temeroso com as ações recentes da Polícia Federal no combate ao desvio de recursos públicos em Estados e municípios por conta da epidemia do vírus chinês. Ações estas que ganharam peso e volume após a saída de Sérgio Moro, aliado do governador, do Ministério da Justiça.

A insinuação do governador de que a Polícia Federal estaria vazando antecipadamente suas operações é leviana e merece uma resposta da própria entidade.

Pois cumpre notar que não é preciso ser nenhuma “Mãe Dinah” para antecipar que as inúmeras denúncias de desvios de recursos, superfaturamento em compras sem licitação, inchaço de números de casos de covid e outros praticados por governadores e prefeitos, em algum momento irão ensejar ações da Polícia Federal.

Portanto, falar em ações futuras da Polícia Federal no âmbito do combate ao desvio de recursos federais destinados a combater o coronavírus não é ter informação privilegiada nem ser porta-voz da Polícia Federal. Mencionar estas ações é um exercício de análise política elementar. Uma análise que somente pode ser negada ou contestada por quem for intelectualmente desonesto ou estiver envolvido em algum esquema de desvios.


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