por paulo eneas
A saída de Abraham Weintraub do Ministério da Educação para possivelmente ocupar uma posição governamental no exterior representa uma derrota para o campo conservador do governo e uma humilhação imposta pelo establishment jurídico contra o Presidente Bolsonaro.
Ainda que saída de Weintraub do ministério envolva também a necessidade de protegê-lo, a derrota política representada por esta fato não pode ser ignorada, principalmente pelos apoiadores do governo.
A imprensa trouxe a público no decorrer desta semana a informação de que o Supremo Tribunal Federal havia dado um ultimatum ao Presidente da República, exigindo a saída de Abraham Weintraub do governo como pré-condição para uma suposta normalização das relações entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo.
Fontes nossas confirmaram esse ultimato, assim como confirmaram que a área tecnocrática e pró-establishment do governo operaram para que o presidente acatasse esta imposição.
Ocorre que uma “normalização” estabelecida com base em uma chantagem não é uma normalização institucional, mas uma rendição ante aqueles que estão usurpando as competências constitucionais da Presidência da República. E tudo indica que o governo foi orientado a optar por render-se. E rendeu-se a um estado de exceção implantado pelo setor jurídico do establishment político.
Este estado de exceção implantada com apoio largo e explícito da grande imprensa já produziu alguns presos políticos pelo crime de opinião, e produziu também o primeiro exilado político da História do Brasil em período recente na figura de Abraham Weintraub.
Estamos convencidos que esta situação de anomia institucional vai ser superada por determinação e compromisso do próprio Presidente da República. Mas para isso é necessário que o presidente entenda que esta situação em que estamos decorre também do amadorismo, incompetência, despreparo e deslealdade dos conselheiros jurídicos que o cercam.
O momento exige que o Presidente da República faça aquilo que ele tem que fazer: livrar-se da incompetente equipe jurídica que o cerca se quiser retomar as rédeas de seu governo e assumir em sua plenitude institucional a chefia da Nação.