por paulo eneas
A operação geopolítica internacional que vem sendo feita em território nacional, com amplo respaldo da grande imprensa, para a queda do chanceler Ernesto Araújo vem sendo conduzida principalmente pelo Senado Federal, que tem quase metade de seus membros integrando o chamado Grupo Parlamentar Brasil-China.
O grupo foi formado em maio de 2019 e é composto por 37 senadores, conforme mostra documento oficial do Senado Federal, que pode ser acessado nesse link aqui.
Esse grupo constitui-se em um poderoso lobby institucional em favor dos interesses do Partido Comunista Chinês que estão concentrados no Brasil em duas áreas principais: agricultura e infraestrutura, incluindo o setor de telecomunicações por conta da tecnologia 5G, que tem na Huawei, o braço tecnológico do regime comunista chinês, sua principal operadora.
São estes interesses chineses que movem parte do Senado Federal para a derrubada de Ernesto Araújo. O próprio chanceler evidenciou esse fato ao relatar, em sua rede social neste domingo (28/03), a audiência que teve com a senadora Katia Abreu no início de março deste ano, na qual ela afirmou que:
“Ministro, se o senhor fizer um gesto em relação ao 5G, será o rei do Senado.”
Obviamente o chanceler não fez gesto algum, pois nem mesmo lhe cabe, como bem observou: o assunto 5G está na esfera do Ministério das Comunicações e a palavra final será dada pelo Presidente da República.
A revelação da conversa foi suficiente para reações histéricas no Senado, inclusive por parte da própria senadora Katia Abreu, que insultou o chanceler chamando-o de “marginal”. Em nenhuma destas reações houve qualquer desmentido da fala da senadora revelada por Ernesto Araújo.
Fica patente portanto que a tentativa de derrubada do chanceler Ernesto Araújo está ligada diretamente ao lobby de interesses e às demonstrações de poder por parte do Partido Comunista Chinês em relação a assuntos internos brasileiros.
A pressão de parte dos senadores, quase todos do Centrão, pela saída do chanceler não está relacionada a uma suposta “criação de dificuldades para obtenção de insumos para vacinas” junto aos chineses, conforme narrativa artificial que foi criada para fins de cortina de fumaça. Trata-se unicamente de questões de poder, de influência e preponderância geopolítica.
Na hipótese deste lobby chinês sair vitorioso, pouco importa o nome do próximo chanceler, se será o senador Antonio Anastasia, Fernando Collor ou o Almirante Flavio Rocha. O nome que vier será aquele escolhido pelo Centrão e imposto ao presidente, e estará chancelado pelo Partido Comunista Chinês por meio de seu principal agente em operação no Brasil: o embaixador Yan Wanming, a quem o novo chanceler irá prestar contas de seu trabalho, mais do que ao próprio presidente.