por paulo eneas
Uma parcela dos apoiadores do Presidente Bolsonaro passou a difundir a ideia falaciosa e totalmente descabida de que a defesa da lei e da ordem, bem como a defesa da retomada das prerrogativas constitucionais do Chefe de Estado, equivalem a defender a tese inaceitável de que o presidente deveria tornar-se um ditador. Nada pode ser mais enganoso e descolado da realidade do que esta falsa equivalência.

Em primeiro lugar, quem defende ditadores e ditaduras é a esquerda revolucionária e seus financiadores globalistas. Por sua vez, os conservadores historicamente sempre defenderam e defendem a lei e a ordem e a democracia, como pré-condição para o exercício pleno da liberdade. Pelo simples fato óbvio de que democracia e liberdade são incompatíveis com qualquer forma de ditadura.

Insinuar que existem apoiadores do presidente que defendem que ele venha tornar-se um ditador é simplesmente reproduzir a narrativa mentirosa e cínica da esquerda, que sempre acusou e acusa levianamente o presidente de supostas veleidades ditatoriais. Chega a ser espantoso que parcela da direita permita-se cair nesta armadilha narrativa, acreditando com isto estar dando demonstrações de apoio ao presidente.

Um estado de delinquência institucional
O fato é que desde do final de 2019 o Brasil entrou numa espiral autoritária de ilegalidades, de descumprimento de normas constitucionais, de agressões aos direitos fundamentais dos cidadãos, supressão de liberdades, censura, e toda uma sorte de arbitrariedades.

Instalou-se deste então no país um cenário de ilegalidades generalizadas, que impuseram-se à margem e à revelia da vontade do Presidente da República que foi, ele próprio, vítima destas ilegalidades, uma vez que teve suas prerrogativas constitucionais de Chefe de Estado subtraídas por iniciativa de outro poder da República.

Mas a principal vítima deste cenário de ilegalidade é o cidadão comum, que viu-se privado do direito inalienável ao trabalho, do direito à liberdade de expressão, do direito da livre locomoção no território nacional, do direito a acesso a medicamentos recomendados por seu médicos para tratar de sua saúde.

O cidadão comum passou a não ter mais a garantia ao devido processo legal, passou a estar a mercê de prisões arbitrárias, e até mesmo a inviolabilidade de sua residência passou a ser ameaçada a pretexto de razões de saúde pública.

Diante deste quadro de flagrantes agressões aos direitos fundamentais dos cidadãos, e agressões ao próprio presidente por meio da retirada de suas prerrogativas constitucionais e atos recorrentes de tentativa deslegitimação de sua autoridade, a vasta maioria dos apoiadores do governo têm se manifestado de distintas formas nos últimos meses pelo restabelecimento da lei e da ordem.

O restabelecimento da lei e da ordem, e o fim de todas as arbitrariedades que têm prevalecido no país no últimos meses, é a mais urgente demanda da sociedade brasileira. Exigir o atendimento desta demanda é mais do que uma atitude política: é um imperativo moral, que está em linha com a defesa da democracia e da liberdade e que não pode de modo algum ser confundido com a defesa da figura de um presidente supostamente ditador.


 

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