por paulo eneas
O empresário Otávio Fakhoury assumiu esta semana a presidência do Diretório Estadual do PTB – Partido Trabalhista Brasileiro, presidido em nível nacional pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson. Além de Otávio Fakhoury na presidência, a diretoria do partido em São Paulo é composta pelo deputado estadual Douglas Garcia, na Secretaria Geral, e por Edson Salomão como primeiro secretário.
A mudança na direção do partido em São Paulo insere-se no esforço que vem sendo feito pelo ex-deputado Roberto Jefferson de transformar o PTB no primeiro partido genuinamente de direita no Brasil, após décadas de absoluta ausência da direita no quadro político-partidário nacional.
Ainda hoje, todos os partidos políticos brasileiros situam-se ou explicitamente à esquerda ou são apenas agremiações burocrático-cartoriais de natureza fisiológica, quando não puramente corruptas, e totalmente permeáveis à agenda progressista da esquerda, sem compromisso programático próprio de qualquer natureza.
Há décadas o Brasil carece de um partido consistentemente à direita do espectro político, dotado de um programa conservador e formado por pessoas efetivamente conservadoras e não susceptíveis às práticas fisiologistas que marcam a relação entre partidos políticos e instituições de Estado brasileiras.
Em período recente, o PTB vem suprindo, ainda que com grandes deficiências regionais, este papel. A sigla tem viabilizado a atuação política dos poucos parlamentares autenticamente conservadores do Brasil, como o próprio Douglas Garcia, que foi alijado de seu partido de origem, o PSL.
A ação movida esta semana pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) contra a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, por conta da apologia feita pela deputada comunista ao genocida Joseph Stalin, somente foi viabilizada por que o PTB concordou em fazer a representação.
Inúmeras ações judiciais recentes movidas pela direita e pelos conservadores, inclusive ações impetradas no Supremo Tribunal Federal, somente foram viabilizadas por conta da participação do PTB, uma vez que por lei determinadas ações judiciais são prerrogativas de partidos políticos, e não de indivíduos.
Segundo Otávio Fakhoury, ele possui carta branca para chefiar o PTB em São Paulo. O estatuto do partido foi alterado para refletir os compromissos conservadores e de direita da agremiação como, por exemplo, a proibição de coligação com legendas da esquerda.
Por sua vez, o Movimento Conservador, antigo Direita São Paulo, está presente em peso na legenda, não apenas na direção partidária com Douglas Garcia e Edson Salomão, mas também por meio da militância de base do movimento e de vereadores do interior paulista eleitos pelo grupo na últimas eleições municipais.
Diante desses esforços, que não são de agora, do próprio presidente nacional da sigla, Roberto Jefferson, e dos novos dirigentes regionais conservadores que estão ocupando posições nos diretórios estaduais, como Otávio Fakhoury, Douglas Garcia e Edson Salomão, o PTB poderá ser a legenda que irá aglutinar a quase totalidade dos candidatos conservadores nas próximas eleições gerais, apresentando-se ao eleitorado como a única e autêntica agremiação, ainda que em construção e depuração interna, da direita brasileira.