por paulo eneas
O povo cubano saiu às ruas de diversas cidades da ilha neste domingo (11/07) em protestos inéditos contra a ditadura comunista que controla o país há mais de meio século. Os protestos ocorrem em meio a uma crise geral do sistema de saúde pública, incapaz de atender as demandas de serviços médicos em meio à pandemia, que está totalmente fora de controle em Cuba.
Segundo informou Zoe Martinez, jovem cubana residente no Brasil, em vídeo publicado também neste domingo, o sistema de saúde cubano, tão elogiado pela elite esquerdista ocidental que pode pagar por serviços de medicina privada, entrou em colapso na ilha durante a pandemia do vírus chinês: faltam medicamentos e insumos básicos para atendimento aos doentes.
Além disso, existe a denúncia de que a vacina cubana contra o coronavírus, cuja eficácia e segurança são desconhecidos pela comunidade científica internacional, estaria sendo exportada para o Irã e Venezuela, e sonegada aos cubanas.
Ainda segundo Zoe Martinez, já não há mais informações seguras sobre número de mortos devido à pandemia, que estariam aumentando diariamente. A este quadro dramático na saúde pública, soma-se o aumento da miséria, pois existe uma escassez de alimentos e boa parte dos cubanos estão passando fome.
Mas além de protestar contra o colapso na saúde e a falta de alimentos, os cubanos estão saindo às ruas fundamentalmente contra a ditadura comunista e em defesa da liberdade. Em inúmeras cidades, as principais palavras de ordem dos manifestantes são “abaixo a ditadura” e “liberdade”.
Ditador cubano Miguel Díaz-Canel Bermúdez conclama guerra civil
Em uma reação de aparente desespero e de surpresa diante das manifestações que teriam atingido cerca de trinta cidades na noite de domingo, o ditador cubano Miguel Díaz-Canel Bermúdez conclamou os comunistas da ilha a “combaterem” os manifestantes, que estão em sua quase totalidade desarmados. Isto significou na prática um incitamento a uma guerra civil na ilha.
O chamamento do ditador Díaz Canel foi atendido pelas forças de segurança: vídeos nas redes sociais mostram a polícia cubana, que é uma guarda pretoriana controlada pelo Partido Comunista Cubano destinada a proteger a ditadura comunista, atirando para matar em manifestantes desarmados. As comunicações na ilha foram cortadas e ainda não se tem informações sobre número de feridos ou de possíveis mortos.
Um jornalista estrangeiro da Associated Press foi ferido e preso em meio aos protestos, e uma foto exibindo seus ferimentos circulou pelas redes. No meio da madrugada desta segunda-feira (12/07) o jornalista Allan dos Santos informou que o aplicativo WhatsApp também havia sido bloqueado na ilha. Vídeos também desta madrugada mostram a polícia cubana fazendo rondas e possivelmente prendendo manifestantes, que estão incomunicáveis.
O silêncio conivente e covarde da grande imprensa brasileira
A grande imprensa brasileira está mantendo um silêncio conivente e covarde enquanto um povo desarmado e faminto e doente decide corajosamente ir às ruas enfrentar uma ditadura comunista genocida e escravocrata. Uma ditadura que é e sempre foi defendida e glamourizada por dez entre cada dez jornalistas das redações e estúdios de rádio e televisão dos principais veículos da grande imprensa nacional.
As poucas notícias que circularam em notas marginais nos veículos da grande imprensa ao longo deste domingo procuravam minimizar os protestos, e ignoraram por completo a atitude criminosa do ditador Díaz Canel, que mandou sua polícia atirar em manifestantes desarmados e incitou os comunistas da ilha a partirem para a violência.
Até o fim da noite deste domingo, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, chefiado pelo tucano Carlos França, não havia se manifestado oficialmente sobre os eventos em andamento em Cuba.
Em contrapartida, o ex-chanceler Ernesto Araújo, que foi chefiou a outrora soberana política externa brasileira, hoje reduzida a uma diplomacia de anão, fez considerações importantes em sua rede social a respeito dos eventos em Cuba, e que iremos abordar em artigo em separado.