por paulo eneas
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou em evento nesta quarta-feira (20/10) que o governo pretende financiar R$ 30 bilhões a serem gastos com o reajuste do Bolsa Família, que passará a ser chamado de Auxílio Brasil, com recursos fora do limite do teto de gastos do orçamento público.
Segundo o ministro, o governo deverá solicitar um waiver (licença temporária) ao Senado Federal para exceder o limite de gastos de modo a viabilizar o novo valor individual temporário de R$400,00 a serem pagos pelo novo programa social, que o ministro entende ser necessário como forma de compensar a inflação.
Ainda segundo Paulo Guedes, o comprometimento do teto de gastos não seria necessário se o Senado já houvesse aprovado a reforma do Imposto de Renda. Depois de ter promovido o aumento do IOF para financiar programas sociais, a intenção do governo é usar recursos do Imposto de Renda para viabilizar a continuidade do programa.
As declarações de Paulo Guedes emitem as piores sinalizações possíveis em termos de gestão das contas públicas e indicam a disposição crescente do governo em ceder às pressões populistas e eleitoreiras do assistencialismo estatal, que sempre foi condenado pela direita.
A afirmação de que o reajuste do Bolsa Família / Auxílio Brasil será temporário não se sustenta diante da realidade, pois é preciso muita ingenuidade para acreditar que um eventual aumento no benefício concedido agora venha a ser retirado daqui poucos meses, principalmente considerando o ano eleitoral.
Ao justificar o reajuste do valor do benefício por conta da inflação, o ministro sinaliza perigosamente em direção a mecanismos de indexação, que foram uma das mazelas da economia brasileira antes do Plano Real. Além disso, espanta a naturalidade com que o ministro fala em romper teto de gastos, repetindo assim umas piores práticas das gestões da economia de governos passados.
No vídeo abaixo comentamos a gestão de Paulo Guedes à frente da pasta da Economia e a disposição do governo em oferecer cada mais assistencialismo estatal.