Em vez de explorar a suposta incoerência da aliança Lula e Alckmin, a direita precisa mostrar que a resposta a esta aliança da esquerda é o apoio a uma plataforma de governo conservadora e de direita, pois somente um governo de direita poderá resolver os problemas nacionais e tirar o país do abismo civilizacional onde foi lançado pelos vinte e um anos de governos tucanos e petistas, que agora resolveram se unir para oferecer mais do mesmo povo brasileiro.


por paulo eneas
A direita não está sabendo reagir de maneira apropriada à anunciada aliança entre o petista Lula e o tucano Geraldo Alckmin, que continua sendo um tucano apesar de ter saído do PSDB e que possivelmente será o candidato a vice-presidente numa chapa encabeçada pelo líder petista. Tão logo a aliança foi confirmada, apoiadores do Presidente Bolsonaro nas redes sociais passaram a divulgar materiais antigos em que o tucano Geraldo Alckmin faz duros ataques ao petista Lula, com a intenção de mostrar a suposta “incoerência” desta aliança.

Esta reação seguiu a mesma estratégia que vem sendo adotada desde antes de 2018 por parte da direita, estratégia esta que consiste em combater a esquerda explorando suas supostas “incoerências”. Nada pode ser mais ingênuo em termos de guerra política, pois a incoerência e a contradição fazem parte da estrutura interna do movimento revolucionário. O próprio marxismo não possui coerência teórica interna, como já demonstrou o professor Olavo de Carvalho.

Se a revelação de suas incoerências e contradições fosse suficiente para derrotar o movimento revolucionário, ele já estaria morto e sepultado desde o século dezenove. Não há como combater a esquerda pelas suas incoerências, que no máximo podem e devem ser exploradas no plano teórico. A esquerda tem quer ser combatida mostrando o que ela é de fato: genocida, corrupta, ditatorial, supressora de liberdades, aliada do crime organizado, anti-nacional, racista, antifamília, anticristã.

Quando a direita insiste e explorar a suposta “incoerência” da aliança entre Alckmin e Lula, além de demonstrar uma incompreensão sobre a natureza da esquerda, ela também comete um erro tático primário. Pois o mesmo argumento pode ser usado pelos inimigos contra o Presidente Bolsonaro, que até o primeiro ano de seu mandato atacava duramente os partidos do Centrão e em seguida aliou-se a ele.

O que a direita precisa fazer é aproveitar a aliança Lula-Alckmin para mostrar aos brasileiros que os socialistas petistas e os socialistas/socialdemocratas tucanos nunca foram inimigos, sempre estiveram do mesmo lado. Pouco importa que Geraldo Alckmin tenha saído do PSDB. Ele não deixou de ser tucano por isso, pois era uma das lideranças nacionais da sigla e sempre expressou a real natureza da socialdemocracia brasileira: ser linha auxiliar soft da esquerda socialista-comunista representada pelos petistas.

Em vez de querer combater a aliança Lula-Alckmin por sua suposta incoerência, cabe à direita mostrar aos brasileiros que esta aliança é coerente com a real natureza das duas forças político-ideológicas nela representadas, forças estas, socialistas e socialdemocratas, que foram as principais responsáveis mazelas nacionais que até hoje persistem no país.

A direita deve aproveitar esta aliança Lula-Alckmin para mostrar que as esquerdas socialista e socialdemocrata estão agora unindo-se com a intenção de promover, juntas, o que fizeram separadamente, segundo uma estratégia das tesouras, ao longos dos vinte e um anos em que governaram o Brasil.

E procurar convencer a opinião pública que o antídoto a esta aliança da esquerda, é o apoio a uma plataforma de governo de viés conservador e de direita. Pois somente um governo de direita poderá resolver os problemas nacionais e tirar o Brasil do abismo civilizacional onde foi lançado pelos vinte e um anos de governos tucanos e petistas, que agora resolveram se unir para oferecer mais do mesmo ao mesmo povo brasileiro.


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