por paulo eneas
O terceiro-mundismo e o antiamericanismo são as doutrinas centrais presentes na formação de diplomatas do Instituto Rio Branco, afirmou o ex-chanceler Ernesto Araújo em entrevista concedida em 01 de março à jornalista e filósofa Bruna Torlay.

Segundo Ernesto Araújo, quando o estudante ingressa no Instituto Rio Branco, “a primeira coisa que ele aprende é que os Estados Unidos é ruim, que o Brasil não é Ocidente, no máximo um ‘ocidente tropical’, e a doutrina do multilateralismo é usada como pretexto para o antiamericanismo”.

O conceito de Terceiro Mundo foi criado pelo bloco comunista no período da Guerra Fria com o objetivo de atrair os países fora da América do Norte e da Europa Ocidental, bem como as nações que haviam se tornado independentes após a Segunda Guerra Mundial, para a esfera de influência sino-soviética. O conceito está impregnado de doutrina maoísta.

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No final do século passado, o terceiro-mundismo passou a ter a forma de um arranjo diplomático mais articulado com o chamado Movimento dos Países Não Alinhados, liderado pelo ex-ditador comunista cubano Fidel Castro. O movimento envolveu diversos países da América Latina, África e Ásia, incluindo a China.

A mensagem que o movimento exibia para a opinião pública era de um não alinhamento dos países que o integravam nem ao bloco ocidental europeu-americano, nem ao bloco comunista sino-soviético. Obviamente esta mensagem era apenas uma fachada, uma vez que o movimento surgiu como estratégia do bloco comunista para ampliar sua zona de influência.

Ainda hoje fala-se com naturalidade em Terceiro Mundo, como se existissem interesses econômicos e geopolíticos estratégicos comuns entre os países que formariam este suposto terceiro mundo, esquecendo-se que este conceito era tão somente uma arma de guerra política criada pelo bloco comunista, que continua existindo a despeito do fim da antiga União Soviética.

Apesar de o Movimento dos Países Não Alinhados ter deixado de existir, a doutrina que lhe deu origem permaneceu e impregnou-se no meio acadêmico ocidental e tornou-se o pensamento predominante na burocracia do Itamaraty.

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Esse pensamento já se fazia presente desde a época do regime militar brasileiro, cuja política externa era baseada no conceito de Sul-Sul, como forma de promover o afastamento do Brasil do eixo europeu e principalmente norte-americano.

Uma das teses centrais desta doutrina terceiro-mundista é a crença de que o Brasil não pertence ao Ocidente, aqui entendido como uma herança civilizacional de base cristã fundada nos princípios de liberdade e de justiça.

Esta suposta ausência de liames civilizacionais com o Ocidente justificaria o alinhamento do Brasil com o chamado Terceiro Mundo, cuja pobreza decorrente de suas fragilidades econômicas e institucionais seriam uma consequência direta do “mal” que o Ocidente, representado principalmente pelos Estados Unidos, teria causado ao mundo.

Esta tese, de raiz essencialmente maoísta, constitui-se na base do antiamericanismo presente até hoje no pensamento predominante na burocracia do Itamaraty e explica os esforços desta burocracia em  promover o alinhamento do Brasil com o bloco russo-chinês, como de fato vem ocorrendo em período recente.

No vídeo abaixo a íntegra da entrevista:

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