por paulo eneas
Menos de vinte e quatro horas após ter anunciado que teria desistido de disputar a Presidência da República e que não iria renunciar ao governo paulista, o governador tucano João Doria desistiu da desistência, e formalizou na tarde desta quinta-feira (31/mar) sua renúncia ao cargo de governador do Estado de São Paulo para, supostamente, concorrer à Presidência da República pelo PSDB nas eleições de outubro.
A anúncio de sua desistência, com a consequente permanência sua no cargo de governador com a possibilidade de concorrer à reeleição para a chefia do executivo paulista, gerou uma turbulência no ninho tucano, com ameaças até mesmo de impeachment. Pois sua permanência comprometeria os planos e arranjos já traçados pelo vice-governador Rodrigo Garcia, que irá disputar o cargo.
Os planos de Rodrigo Garcia envolvem desde arranjos e compromissos com diversos prefeitos paulistas e acordos com forças políticas nacionais de peso, como Gilberto Kassab e o ex-presidente Michel Temer, além de outras que poderão até mesmo surpreender eleitores e muitos analistas, segundo nossas fontes. O rompante de João Doria mexeu com esses interesses, daí o recuo da desistência do governador paulista.
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O tucano João Doria sabe que ele não é um candidato competitivo à presidência. Se concorrer poderá ter uma votação abaixo daquela de um Ciro Gomes. Não existe garantia alguma de que o agora ex-governador tucano entrará no pleito presidencial. Portanto, não está descartada possibilidade de que ele siga o mesmo caminho de Sérgio Moro, que oficializou sua saída do Podemos e seu ingresso no União Brasil para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados.
A ida de Sérgio Moro para o Legislativo, caminho que poderá ser seguido por João Doria, está inserida na real natureza do projeto da chamada Terceira Via que, ao contrário da leitura equivocada feita por um segmento da direita, não é apenas um estratagema eleitoral, mas um projeto de poder institucional materializado no parlamentarismo, disfarçado de semipresidencialismo.
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Ou seja, a Terceira Via é o semipresidencialismo, e os únicos “obstáculos” a este projeto são as candidaturas postas do Presidente Bolsonaro e de Lula.
Considerando que a candidatura à reeleição do Presidente Bolsonaro está sob total controle do Centrão, que é um dos proponentes do modelo de semipresidencialismo, os desdobramentos político-eleitorais nos próximos meses poderão mostrar a intenção do establishment político de esvaziar a Presidência da República, que poderá ser ocupada por quem aceitar um cargo meramente decorativo, como por exemplo o tucano Eduardo Leite, ou um nome de perfil semelhante.
Este esvaziamento ocorreria com a transferência de fato e de direito do poder de governo para o Congresso Nacional que, sob a tutela consentida do Poder Judiciário, passaria a controlar e ter acesso integral ao orçamento federal e a toda a máquina pública da administração federal, bem como as decisões chave de governo.
Um congresso em que pontuariam figuras como Sérgio Moro e João Doria, entre outros, além das bancadas do Centrão, que serão ampliadas nas eleições deste ano por conta do gigantesco fundo eleitoral e da estratégia eleitoral desastrosa adotada pelo Presidente Bolsonaro para conduzir sua tentativa de reeleição.
Antecipamos em parte este cenário no artigo Terceira Via: Um Projeto do Establishment Político e da Esquerda Para Redefinir a Estrutura de Poder no Brasil e Banir os Conservadores da Vida Pública, publicado em setembro do ano passado. Voltaremos ao tema nos próximos dias.
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