Falando a artistas, Lula defende que o Estado venha a regular a produção de cultura nacional e regional e que o gosto do público seja moldado pela regulação estatal da mídia. Propostas como estas poderiam ter sido apresentadas em qualquer congressos de algum partido comunista.
por angelica ca e paulo eneas
O descondenado petista Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a regulação da mídia na última quinta-feira (02/06), durante encontro com artistas realizado em Porto Alegre (RS). Em sua fala, Lula defendeu a ideia de que cada Estado deveria ter uma televisão estatal, e prometeu recriar o Ministério da Cultura caso seja eleito.
Segundo o receituário próprio da experiência chavista na Venezuela, Lula prometeu criar “comitês culturais” em cada estado do país para, segundo ele, “democratizar o acesso à cultura”, a fins de deslocar a produção cultural do eixo Rio-São Paulo.
Sempre que a esquerda fala em democratizar o acesso a qualquer coisa, ela tem em mente a criação de apparatchiks com camaradas do partido visando exatamente o oposto: restringir o acesso a o que quer que seja segundo critérios ideológicos ou de relações políticas com o poder.
Lula também afirmou que “a questão cultural é uma necessidade política, econômica, cultural e uma questão de democracia do nosso país”, repetindo assim o ideário stalinista que coloca a produção artística e cultural a serviço da ideologia do estado, e não como expressão autônoma dos valores e visões de mundo presentes na sociedade.
Lula possui uma concepção de cultura que é semelhante a de ditadores como Getúlio Vargas e Joseph. Para Lula, a produção cultural deve se tornar propriedade estatal:
“Vocês (os artistas) não podem ser vistos como pessoas que, de vez em quando, vão procurar a Lei Rouanet. Isso não é favor, é obrigação do Estado brasileiro garantir que as pessoas tenham acesso à cultura”, afirmou o descondenado petista, mostrando ignorar a distinção entre condições de produção de cultura e a maneira pela qual o público mais amplo se relaciona com estes bens culturais.
Lula também falou da necessidade, de seu ponto de vista de caudilho autoritário, de regular a mídia para que, desta forma, o povo possa saber o que assistir e ouvir, para então vir a gostar de determinadas expressões artísticas. O descondenado petista voltou a defender a imposição de “cotas artísticas” nos veículos de comunicação regionais.
Mostrando desconhecer por completo o assunto sobre o qual se propôs a falar, Lula fez uma série de afirmações desconexas: “Por que é só o carnaval do Rio ou de São Paulo? Que predominância é essa? Onde está a licitação? Quem foi que abriu os envelopes? Não, é um direito de quem tem o poder econômico na mão. É um direito de quem tem o controle da estação de televisão”.
Lula quer basicamente que o Estado venha a regular a produção de cultura nacional e regional e que o gosto do público seja moldado pela regulação estatal dos meios de comunicação. Propostas como estas poderiam ter sido apresentas em congressos de partidos comunistas de qualquer lugar mundo. Fonte: Gazeta do Povo | Jovem Pan | CNN.