por paulo eneas
O Presidente Bolsonaro pode reverter o resultado do primeiro turno das eleições de modo a ainda vencer no segundo turno. Esta possibilidade não está descartada de maneira alguma, ainda que seja extremamente difícil.
Mas esta virada não vai ser conseguida por meio de um discurso ideológico baseado no medo, como os bolsonaristas estão erroneamente fazendo. Pois este discurso serve somente para a militância e para o segmento da classe média com mais acesso a informações.
É preciso ter em mente que a eleição será decidida pelo eleitor comum de baixa renda e de baixa instrução, que não acompanha política pela internet e que assiste todo dia a Rede Globo. Este eleitor comum faz suas escolhas comparando sua condição de vida hoje com aquela que ele tinha na era petista.
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Este eleitor não será em sua vasta maioria sensibilizado pelo discurso ideológico baseado no medo. Pois este eleitor olha para Lula e não vê no petista um risco de Venezuela ou Argentina, pois isto exigiria um mind leap que este eleitor não está acostumado a fazer.
O eleitor comum de baixa renda olha para Lula e imediatamente ativa seu memory recall da época em que Lula era presidente e a situação econômica deste eleitor era melhor. Os petistas exploraram bastante esta percepção em sua campanha, e não sem motivo.
A campanha de Bolsonaro não irá anular este memory recall com discurso ideológico baseado no medo, pois este discurso não alcança este eleitor. A ideia que está sendo passada de que “se Lula vencer você irá comer cachorro”, é abstrata demais para o eleitor comum. Ela serve apenas de discurso de auto-confirmação para a militância.
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Isto por que o voto ideológico já foi decidido muito antes de começar a campanha do primeiro turno. O eleitor conservador ou de direita ou mesmo liberal, já decidiu votar em Bolsonaro. O eleitor de esquerda, o progressista, aquele que aceitou passivamente a ditadura sanitária, já decidiu votar em Lula. Estes votos já estão cristalizados e não irão mudar.
Para anular esse memory recall do eleitor propenso a votar em Lula, a campanha bolsonarista tem que oferecer outro discurso, que não é o discurso ideológico do medo.
A campanha tem que oferecer um discurso de esperança, mostrando para esse eleitor potencialmente seduzido por essa memória econômica da era petista, a perspectiva de que a vida dele poderá melhorar no segundo mandato de Bolsonaro.
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Ou seja, militância bolsonarista tem que parar de ficar repetindo o monólogo sobre urnas e Venezuela e Argentina, pois isso não vai conquistar voto algum, pois é mera pregação para convertidos. A militância tem que parar de hostilizar quem se absteve ou anulou o voto, tem que parar de hostilizar os eleitores daqueles candidatos que não se elegeram, inclusive os da direita.
A militância bolsonarista tem que passar a falar para o eleitor comum que vai decidir a eleição como a vida deste eleitor poderá melhorar no segundo mandato de Bolsonaro. Tem que falar em perspectivas de emprego e de queda na inflação de alimentos.
Para isso o governo precisa anunciar já medidas concretas que apontem na direção desta melhora da situação econômica real deste eleitor, e não limitar-se como tem feito a turbinar os programas assistencialistas, pois estes beneficiam em sua grande parte o eleitorado já cativo de Lula.
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