O entorno do presidente parece muito mais preocupado em bloquear a candidatura de Abraham Weintraub do que ter de fato um candidato próprio ao governo paulista.
por victor metta
O jornal Diário do Poder publicou reportagem na última sexta-feira (03/12) afirmando que “diante da relutância do ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura), o governo Bolsonaro já tem opção para a disputa pelo governo de São Paulo, em 2022. Trata-se do ministro Marcos Pontes, titular da pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação. “Se Tarcísio não quer, Pontes quer’, resumiu fonte qualificada no Palácio do Planalto”, diz a reportagem assinada por Claudio Humberto.
Consideremos que é verdade a notícia acima, o que não me surpreenderia (apesar da fonte ser muito suspeita, pra dizer o mínimo). Isso ajuda a ilustrar a verdadeira questão de fundo do tema Abraham Weintraub versus Tarcísio de Freitas no Governo do Estado de São Paulo. Esqueçam ideologia, o tema é político, não é ideológico nem pessoal.
Sabemos que Tarcísio não é candidato a nada em São Paulo. Ele tem acordos e está se mexendo para Goiás. Nas pesquisas ele aparece muito abaixo do Abraham (que já está em 15% na última pesquisa, tecnicamente em primeiro lugar). Então porque o Bolsonaro insiste qualquer outro nome?
Minha visão é que o entorno do Bolsonaro quer acima de tudo bloquear a candidatura Weintraub, mais do que ter candidato próprio. Eles (acusei o entende genérico “entorno”, notem) acham que politicamente será mais vantajoso ao presidente apoiar um candidato do centrão do que um da direita.
Bolsonaro, lembrem, já se declarou “do centrão” (palavras dele, não minhas). Ele mudou de base, e só a direita ainda não quer aceitar. Eles querem poder apoiar um Alckmin da vida e fazer diversos acordos políticos, e não um Abraham, que tem vínculo ideológico claro com a base política que o Presidente abandonou. Abraham seria uma ameaça. Os demais nomes servem apenas para tentar inviabiliza-lo politicamente.
Além disso, o fato é que o Abraham é um cara independente e qualificado demais para deixarem alçar voo próprio. Destoa muito do tipo de gente que cerca e sempre cercou o Presidente, e nenhum político gosta de concorrência no seu próprio campo.
Em termos práticos, muito em breve Abraham estará de volta a São Paulo. Partido ele já tem. A direita irá se unir e disputar unida, pra não tomar uma paulada mais feia que 2020. Não deixaremos a inaptidão política de uns contaminar todo um projeto maior de país.
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