por paulo eneas
O anúncio feito nesta sexta-feira (09/12) pelo petista Lula de cinco nomes para ocupar ministérios estratégicos a partir do ano que vem reflete um viés de centralização política e ideológica que o petista pretende imprimir à sua gestão. Os nomes indicados para pastas chaves são de figuras públicas inequivocamente associadas às esquerda e à trajetória histórica do Partido dos Trabalhadores.
Ao escolher Fernando Haddad para chefiar o Ministério da Fazenda, Lula deixa claro que as decisões críticas na área da economia serão tomadas por ele. Pois um nome do mercado como Henrique Meirelles, que chegou a ser cogitado para o cargo, não aceitaria o papel de ser apenas um preposto do presidente na pasta da economia.
Fernando Haddad, o potencial herdeiro político do líder petista, desempenhará tranquilamente este papel, inclusive assumindo o ônus por potenciais futuros erros de condução da política econômica, se necessário.
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O nome de Flávio Dino para a estratégica pasta da Justiça, a qual estão subordinadas a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, também sinaliza claramente uma centralização político-ideológica nas áreas críticas do primeiro escalão. Flávio Dino é militante de esquerda desde meados dos anos oitenta, foi filiado ao PCdoB e exibe alinhamento ideológico pleno com o núcleo do pensamento majoritário petista.
A entrega da chefia da Casa Civil para Rui Costa representa a chancela e o carimbo do PT no ministério que centraliza as ações de todas as demais pastas do governo. Rui Costa participou da fundação do PT nos anos oitenta, foi governador do Estado da Bahia por duas vezes, elegeu seu sucessor nas eleições desse ano, e está entre os principais dirigentes petistas.
Observa-se assim que na composição inicial de seu ministério, Lula procurou imprimir uma identidade política, ideológica e partidária inequívocas ao seu futuro governo: a identidade petista, afastando as especulações em torno de uma hipotética ascendência do vice tucano Geraldo Alckmin sobre as questões centrais do governo. E Lula fez isso indicando nomes em completa afinidade ideológica com as diretrizes políticas de esquerda petistas.
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