MINISTÉRIO DA SAÚDE: MAIS IMPORTANTE QUE O NOME É DEFINIR A ESTRATÉGIA PARA COMBATER O VÍRUS CHINÊS

Data:

Compartilhe:

por paulo eneas
Alguns nomes estão sendo cogitados para ocupar o Ministério da Saúde, sendo que alguns deles encontram forte respaldo entre os apoiadores do Presidente Bolsonaro nas redes sociais. De nossa parte, entendemos que mais importante do que o nome, é ter uma estratégia nacional clara do Governo Federal para lidar com a epidemia do vírus chinês, estratégia essa que nunca chegou a ser formulada.

Esta ausência de estratégia nacional deveu-se em parte à incompetência dos ocupantes anteriores da pasta da Saúde, e em parte à ingerência indevida do Supremo Tribunal Federal, que retirou do governo federal a possibilidade de centralizar ações de combate a epidemia e concedeu poderes plenos e quase ilimitados aos governadores. Essa estratégia a ser elaborada agora precisa contemplar, ao nosso ver, os seguintes pontos:

1) Alteração do status do Ministério da Saúde para Ministério Extraordinário da Saúde e do Enfrentamento ao Coronavírus. A epidemia é uma emergência nacional que está tendo implicações devastadoras na saúde na economia, além de estar afetando o ordenamento institucional. Esse fato por si só justifica a alteração temporária do status do ministério.

2) Adoção do tratamento precoce da covid, por meio do uso em larga escala da hidroxicloroquina e medicamentos associados, inclusive de maneira preventiva, como estratégia nacional do Governo do Brasil para lidar com a epidemia. Esta estratégia, com os respectivos protocolos médicos, terá que ser adotada em todas as unidades de saúde do  território nacional.

3) Rechaço a qualquer medida de isolamento social, de confinamento ou medidas de  lockdown que, conforme verbalizado pelo Presidente Bolsonaro, representaria o caos social e econômico. Com base na experiência de vários países e com base no que a ciência da epidemiologia já conhece, resta evidente que medidas desta natureza são inócuas para fazer frente à epidemia.

4) Emprego dos efetivos das Forças Armadas para assegurar o atendimento à população em postos de campanha para diagnóstico, testagem e distribuição da hidroxicloroquina e medicamentos associados. A ação das Forças Armadas deverá seguir as determinações do Presidente da República mediante demanda apresentada pelo Ministério da Saúde ou a partir da identificação, via serviços de informação, de localidades do país onde o medicamento não está disponível para a população.

5) Definição imediata de protocolos de segurança para a retomada segura das atividades econômicas. Esses protocolos precisam ser adotados em escala nacional para possibilitar a retomada ao trabalho em nível nacional das pessoas saudáveis, e possibilitar que as pessoas dos grupos de risco permaneçam em suas casas com segurança e com condições dignas de sobrevivência.

6) Definição de uma força-tarefa da área jurídica do Governo Federal que deverá concentrar todos os esforços para que os governadores cumpram estas determinações, conforme estabelecido pela Lei 13.979, a Lei do Coronavírus.

7) Determinar à Polícia Federal o empenho máximo na investigação dos crimes de falsidade ideológica relacionados às notificações de casos e de óbitos por conta da covid-19. Existem inúmeras denúncias desta natureza, inclusive da parte de entidades médicas, que relatam que profissionais de saúde estão sendo obrigados a registrar como covid-19 toda e qualquer enfermidade e óbitos ocorridos por outras causas que não o coronavírus.

8) Aprofundar as investigações, com a devida punição rigorosa nos termos das leis, do crime praticado em Manaus (AM) por pseudo-pesquisadores que aplicaram deliberadamente doses mortais de cloroquina em pacientes de um estudo clínico bancado com recursos públicos e que resultou na morte de vinte e dois pacientes de covid-19.

9) Reformular por completo a comunicação social do Ministério da Saúde, que tem sido até agora pífia e não tem servido para comunicar ao público a determinação do Presidente da República, que é a de combater a epidemia para salvar vidas e ao mesmo tempo preservar os empregos.

10) O Presidente da República passa ele próprio a centralizar em sua pessoa a comunicação para o público de todas as ações do Governo Federal referentes à epidemia, para deixar claro que o enfrentamento ao coronavírus é uma guerra, e que esta guerra possui um comandante, que é o chefe da Nação.

Uma vez definida a estratégia delineada nos pontos acima, entendemos que cabe ao novo ministro assumi-la como missão a ser cumprida. Seja o novo ministro um médico, um gestor ou um militar, importa em nosso entender que ele venha imbuído desse espírito de missão, a ser executada com determinação e rigor nos termos estabelecidos em lei, para que o país possa finalmente ter uma estratégia nacional, definida e aprovada pelo Presidente da República, para enfrentamento da epidemia.


 

Related articles

Um Dos Últimos Atos do Governo Bolsonaro Foi Em Favor do Ditador Nicolás Maduro da Venezuela

Governo Bolsonaro iniciou com a promessa de combater o comunismo e termina de maneira vergonhosa e desonrada com...

No Apagar das Luzes: Governo Bolsonaro Destina R$4.6 Bilhões a Organismos Internacionais

por paulo eneas O Governo Bolsonaro publicou na última sexta-feira (23/12) uma resolução destinando o montante de R$4.6 bilhões...

PEC da Gastança É Promulgada e Lula Afirma Que Já Está Governando Antes de Tomar Posse

por paulo eneas O processo político nacional desde o segundo turno das eleições segue com vitórias sucessivas da esquerda...

Renovação da Concessão da Rede Globo: O Que Deveria Ter Sido Feito e Não Foi

Presidente Bolsonaro frustra expectativas de seus apoiadores ao renovar a concessão da emissora, mas parte destes mesmos apoiadores...