por paulo eneas
O presidente Jair Bolsonaro esteve em vias de exonerar o ministro Abraham Weintraub na tarde desta segunda-feira (15/06), o que iria constituir-se em um de seus maiores erros políticos nesse momento. O presidente foi demovido de sua decisão após conversar com com outros interlocutores. Uma apreensão tomou conta da base de apoio bolsonarista na tarde desta segunda-feira, pois avaliava-se que havia mesmo o risco de Abraham Weintraub ser exonerado.
Ainda na tarde de ontem, o presidente pronunciou-se de maneira negativa em relação a Abraham Weintraub, ao comentar a visita que o ministro fez no domingo (14/06) a um grupo de apoiadores do governo acampado em Brasília. Em entrevista à Band News o presidente comentou:
“Quanto a participação do Ministro no dia seguinte, num grupamento de pessoas – que não foi aquele grupo de pessoas que soltou os fogos pra cima do Supremo Tribunal Federal – eu acho que ele não foi muito prudente de participar dessa manifestação apesar de nada de grave ele tenha falado alí, mas não foi um bom recado porque ele não estava representando o governo, ele estava representando a si próprio”.
O presidente não indicou qual seria a imprudência do ministro neste caso, uma vez que o próprio presidente já esteve presente em várias manifestações em seu apoio e foi elogiado por seus apoiadores por isso. O jornalista Allan do Santos, do Canal Terça Livre, comentou da seguinte maneira a fala do presidente na Band News:
Problema é o laranjal do Ministro do Turismo, as conversas do Astronauta com a Huawei. Abraham não pode ser um problema por estar com o povo que o elegeu, Presidente @jairbolsonaro.
— #PartidoGenocidaChinês (@allantercalivre) June 15, 2020
A fala do presidente em relação ao ministro Abraham Weintraub também foi comentada em tom crítico na transmissão desta segunda-feira (15/06) do Jornal Crítica Nacional conforme pode ser visto no vídeo abaixo a partir do tempo 1:08:17.
A avaliação presente entre amplos setores dos apoiadores do governo é que a eventual saída de Weintraub do Ministério da Educação causaria uma enorme corrosão na base conservadora que apoia o presidente. Isto por que o ministro é visto como um dos principais expoentes dos valores conservadores e anti-establishment presentes na esmagadora maioria dos eleitores de Jair Bolsonaro.