por camila abdo e paulo eneas
Milhares de pessoas foram às ruas de Buenos Aires, capital da Argentina, no feriado desta segunda-feira (12/10), em protesto contra o isolamento social e paralização das atividades econômicas impostas pelo governo do Foro de São Paulo chefiado pelo comunista Alberto Fernández, que justifica tais atitudes ditatoriais e draconianas como sendo supostamente necessárias para combater a pandemia do vírus chinês.
A pobreza já atinge a 40% da população argentina e o índice está crescendo após as duras medidas de isolamento social impostas pelo governo. Existe o temor real entre os argentinos de que eles venham a ter o mesmo destino dos venezuelanos.
Essa insatisfação generalizada levou milhares de argentinos às ruas neste domingo para protestar contra o isolamento social no país, um dos mais longos da América Latina. O governo argentino decretou uma quarentena obrigatória em 20 de março, que segue vigente até hoje.
Durante a manifestação, os argentinos gritavam “Todos pela República”, “Todos pela liberdade”, “Fora, Cristina”. Os manifestantes também reclamam da libertação de 4.5 mil detentos, da reforma do Judiciário, e da situação da economia, que vem sentindo os efeitos do isolamento, e do aumento do desemprego e da pobreza.
Entre os líderes políticos que aderiram aos protestos estão Fernando Iglesias e Waldo Wolff, deputados nacionais do Juntos pela Mudança, e a chefe do PRO, Patricia Bullrich, que dias atrás havia aderido à convocação. Ambos são da oposição.
“Impressionante. Ficamos muito felizes por ver tantas pessoas com bandeiras argentinas, que defendem a justiça, que querem trabalhar e defender seu ofício. Muito orgulho de todos os argentinos”, disse a ex-ministra da segurança de seu veículo, acompanhada pelo dançarino e coreógrafo Maximiliano Guerra.
“Faz sete meses que adoecemos não só de covid, mas de um país fechado, o que não significa nada, porque somos o sexto país com mais infecções. Após sete meses de confinamento, a política do governo fracassou”, afirmou o artista.
De acordo com a Revista Oeste, recentemente até a polícia se mobilizou contra o governo de esquerda. Os agentes pediram melhores condições salariais e dignas de trabalho. Em momento de tensão, os policiais cercaram a casa do presidente da República.
No centro de Buenos Aires, dezenas de carros se juntaram em uma caravana, com manifestantes marchando com bandeiras argentinas e cantando o hino nacional. A marcha de oposição foi replicada em outras cidades, como Mar del Plata, Corrientes, Salta e Córdoba.
A Argentina atravessa uma dura crise econômica e está em recessão desde 2018. O desemprego atingiu 10.4% no primeiro trimestre e a cifra se agrava devido ao confinamento obrigatório.
Jose Ponte, argentino e cientista político, conversou com o Critica Nacional acerca das manifestações, e afirmou:
“[As medidas] começaram em julho e, houve uma combinação de fatores, primeiro, as pessoas estavam cansadas da quarentena, os meses se passaram e o governo não tinha nenhum plano, enquanto, naquela época, já se falava que 40 mil pequenas e médias empresas iriam fechar. Ao mesmo tempo, o governo queria expropriar uma empresa exportadora de grãos chamada Vicentin, que o povo considerava uma ameaça à propriedade privada. Por esse motivo, as pessoas saíram às ruas espontaneamente em protestos chamados de bandeiraços”.
Ao ser questionado se teme que a propriedade privada seja abolida no país, Ponte responde:
“Pode acontecer, mas é um processo longo, o Estado argentino é pobre em relação ao capital privado. Basicamente, o Estado vive do capital privado, se o governo destrói o capital privado não tem fonte de renda. Mas sim, eles podem atacar a propriedade privada”.
O desejo que acomete todos os argentinos, segundo Jose, é que “o governo veja que existe uma maioria disposta a não acabar como a Venezuela”. O vídeo abaixo mostra imagens das manifestações em diversas localidades do país. A jornalista argentina Maria Laura Assis traz em sua conta no twitter, que pode ser acessada nesse link aqui, diversos outros vídeos das manifestações. Informações do Terça Livre, Isto É, Revista Oeste, MSN, Tribunal Nacional