O regime de ditadura narco-socialista implantado na Venezuela com apoio e suporte da ditadura cubana e do narcotráfico, bem como do governo brasileiro no período tucano e no período petista, levou o país a um grau quase inimaginável de pobreza, violência e fome, acompanhadas de uma brutal repressão política e perseguição a opositores.
A onda de protestos que teve início nos últimos dias contra o regime em várias cidades do país instalou um clima de verdadeira guerra civil em nosso país, devido a violência com que tanto o regime quanto suas milícias chamadas de colectivos, que são a versão local dos chamados movimentos sociais no Brasil, têm reagido contra os manifestantes.
No dia 4 de abril, o regime de ditadura empreendeu sua repressão mais violenta desde os episódios do início de 2014, quando dezenas de manifestantes foram mortos pelo regime. A oposição socialdemocrata havia convocado manifestações contra o que se convencionou chamar de “golpe de Estado” que teria sido dado pelo ditador Nicolás Maduro, que havia na prática fechado o parlamento do país dias antes.
Trata-se obviamente de uma narrativa falsa, pois há anos o parlamento venezuelano não possui poder algum, uma vez que na Venezuela existe uma ditadura centrada no executivo e no judiciário aparelhado e controlado pelos chavistas. O fato de a oposição socialdemocrata endossar a narrativa de golpe reflete a real dimensão do drama vivido pelos venezuelanos.
A despeito de ter uma maioria oposicionista, o parlamento venezuelano não foi capaz de fazer valer sua decisão, tomada no dia 9 de janeiro desse ano, de afastar o Nicolás Maduro do cargo de presidente. Esse fato por si só já poderia ser considerado um golpe de Estado. No entanto, a oposição socialdemocrata decidiu reagir somente quando suas posições no parlamento ficaram ameaçadas pelas investidas do chavismo.
A ação da maioria oposicionista socialdemocrata limita-se aos aspectos formais, passando ao mundo a ideia de que existe algum resquício de democracia na Venezuela. Essa oposição se recusa a tratar das questões que realmente importam, como a invasão cubana e a ocupação castrista que ocorreu em todas as instituições do país, e que resultou em um regime comunista que tem sujeitado o povo venezuelano à fome e à miséria e a todo tipo de violência e repressão. A repressão violenta contra as manifestações do dia 4 desse mês resultaram num saldo de muitos feridos e vários prisioneiros.
As condições reais de vida do povo venezuelano se deterioram a cada dia. Fome generalizada, hiperinflação, moeda sem valor algum, índices alarmantes de desemprego, dívida externa impagável, empobrecimento geral do país. A Venezuela é um país que está caindo aos pedaços. Nos dias que se seguiram, as manifestações não pararam.
Nos últimos dez dias a repressão violenta por parte do regime resultou em sete mortes e mais de trezentas pessoas presas, além de centenas de feridos. O regime comunista teledirigido a partir de Cuba conta com um grande poder de fogo, pois tem usado como reforço para seus atos de repressão os chamados colectivos chavistas, que são milícias armadas a serviço da ditadura.
A repressão também é feita por guerrilheiros colombianos, cubanos e grupos terroristas islâmicos que transitam livremente em nosso território. Na Venezuela, há muito tempo nós caímos no próprio inferno. O regime intensificou a presença cubana em todas as instituições, principalmente nos setores de inteligência, e aparelhou a estrutura eleitoral para permanecer no poder indefinidamente.
No entanto, há alguns dias o ditador Nicolás Maduro foi atacado na rua com pedras pela população indignada e faminta. Não foi a primeira vez que essa reação popular ocorreu. Em setembro do ano passado o ditador também foi apedrejado em mais uma demonstração de revolta por parte da população.
O regime ataca impiedosamente os direitos humanos. As forças políticas e militares tentam manter a ordem de coisas inexistentes. A oposição socialdemocrata de esquerda reunida na chamada MUD (Mesa da Unidade Democrática) continua a falar sobre questões eleitorais, democracia e referendos, quando na verdade sofremos um drama que não pode ser resolvido dessa maneira.
Pois enquanto esta oposição trata de temas que seriam pertinentes dentro de uma normalidade democrática, o regime de ditadura aumenta a violência e o controle absoluto de todas as instituições do país, além de monitorar a população.
A radicalização das manifestações nos últimos dias, exemplificada pelo apedrejamento do ditador, mostra que a sociedade venezuelana está perdendo o medo e o temor do regime, bem como o respeito que ainda restava em relação a figura de Nicolás Maduro, pois fica cada vez mais patente sua falta de legitimidade. A sociedade venezuelana, incluindo necessariamente a instituição militar, tem o dever de não reconhecer qualquer legitimidade desse regime e empreender todos os meios para levá-lo a seu fim.
O chavismo chegou ao poder com a promessa de um socialismo do século vinte e um. Os venezuelanos puderam experimentar na prática que esse socialismo do século vinte e um não difere em nada das experiências históricas anteriores de socialismo: representa miséria, fome, violência, desespero e supressão das liberdades.
Emma Sarpentier é ativista e colaboradora do Crítica Nacional em Caracas, Venezuela. Edição de texto de Paulo Eneas.
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