por paulo eneas
Em um cenário de disputa de poder nacional que está inserido no embate internacional entre globalistas e anti-globalistas, o erro mais brutal que um determinado segmento que apresenta-se como conservador, reunido em torno da chamada nova direita, pode cometer é adotar uma conduta que consiste em: 

a) Ignorar o esforço necessário para tentar compreender a realidade complexa e as reais necessidades de um país de duzentos milhões de habitantes, com gigantescas disparidades regionais e econômicas, ameaçado em sua soberania, e que encontra-se há décadas submetido a um processo de destruição civilizacional tanto cultural quanto física por conta de políticas públicas progressistas e pelo marxismo cultural, e;

b) Substituir esse esforço necessário de apreensão desta realidade, e de suas demandas e cursos de ação e escolhas a serem feitas, pela simples repetição e acomodação na zona de conforto formada pela ideia do que esse segmento político tem a respeito do conservadorismo e mesmo do liberalismo econômico clássico, acreditando que o ato de aferrar-se a essas ideias seja suficiente para oferecer as alternativas políticas diante da realidade objetiva dada.

Essa atitude, de substituir o esforço de apreensão da realidade pela tentativa de enquadrá-la nas próprias ideias é nada menos do que chamamos de ideologia. E não existe nada mais diametralmente oposto ao conservadorismo do que a ideologia, especialmente quando esta vem camuflada em um suposto conservadorismo com lastro.

A diferença entre essa atitude de pseudo-erudição afetada e a mentalidade revolucionária, é que a última traduz-se em ação política concreta de consequências nefastas para a humanidade, enquanto a primeira resulta simplesmente na inação política ou escolhas erradas. Inação ou escolhas que não deixarão de ser uma forma, ainda que involuntariamente, manter o caminho livre para a esquerda levar adiante seus projetos de poder. #CriticaNacional #TrueNews