por paulo eneas
Durante transmissão recente do Programa Manhattan Connection pela Globo News, o jornalista Diogo Mainardi, editor do blog O Antagonista e conhecido por suas posições francamente hostis em relação aos militares e aos conservadores em geral e pela sua torcida pela vitória de Hillary Clinton nas últimos eleições americanas, foi obrigado a render-se à realidade e admitiu: os militares são hoje a salvaguarda e os guardiões da democracia.
O jornalista fez o diagnóstico correto de que a fragilidade política do governo de Michel Temer possibilitou que os militares viessem a ocupar espaços no governo, e dessa forma explicitarem o papel que eles, os militares, sempre desempenharam: o de serem a verdadeira força redentora, na expressão do jornalista, e garantidora da democracia brasileira. Ele falou, corretamente, do apoio dos militares a Lava Jato, do papel que o Comandante do Exército desempenhou na tentativa do STF de tirar da cadeia o líder petista criminoso, e enfatizou, também corretamente, que não existe por parte dos militares a intenção de assumir o poder pela força.
A diferença é que o jornalista considera essa situação como sendo circunstancial, decorrente do que ele chama de caos reinante no governo, e afirma ser paradoxal o fato de as Forças Armadas Brasileiras desempenharem esse papel. De nossa parte, entendemos não haver nada de circunstancial e muito menos de paradoxal nisso: os militares sempre defenderam a democracia, tanto em 1964 como também no impeachment da ex-presidente petista, quando deixaram claro que não acatariam a ordem ilegal de decretação de Estado de Defesa.
O fato de um jornalista com o perfil de Diogo Mainardi fazer uma afirmação dessa natureza em uma emissora da Rede Globo, que vem há tempos empenhando-se em conspurcar a imagem dos militares em reportagens mentirosas e em programas tendenciosos, é um indicador claro da tensão presente presente no establishment político diante da possibilidade real e bastante concreta de a direita, apoiada amplamente pelos militares, chegar ao poder em outubro.
Os militares no governo e as aproximações sucessivas
O diagnóstico correto feito pelo jornalista a respeito da ocupação de espaços no governo de Michel Temer por parte dos militares serve também para explicar a real natureza e motivação da principal pauta da esquerda nos últimos dois anos: a tentativa a todo custo de derrubar o atual governo. Pois é razoável supor que os estrategistas da esquerda seguramente também perceberam que atual governo tem servido, à revelia ou não de sua vontade, de etapa de transição para as aproximações sucessivas que as Forças Armadas vêm fazendo, conforme descritas pelo General Hamilton Mourão.
A esquerda sabe que única maneira de interromper essa ocupação de espaços no governo parte dos militares, ocupação essa que tem pavimentado o caminho para que a direita, com apoio dos militares, chegue ao poder por vias legais e democráticas, é justamente derrubando o atual governo e promovendo algum tipo de ruptura que venha a frustrar a até aqui bem-sucedida estratégia de aproximações sucessivas.
Daí o empenho quase desesperado da esquerda, e de parte do próprio estamento burocrático como segmentos do Ministério Público Federal e da PGR e outros órgãos de estado, em até mesmo sabotar o governo. A estratégia desses setores é clara: mirar em Temer hoje para impedir que a direita, com apoio dos militares, chegue ao governo amanhã. Infelizmente uma parcela da direita não percebeu essa estratégia, e de tempos em tempos cai no canto da sereia de abraçar a bandeira #ForaTemer, sem se dar conta de que ao fazer isso está ajudando a esquerda a atingir seus objetivos. #CriticaNacional #TrueNews #RealNews
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