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O Governo Bolsonaro: Análise do Coronel Enio Fontenelle

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O Governo Bolsonaro: Análise do Coronel Enio Fontenelle

por enio fontenelle
Para entender o que se passa no âmbito do Governo, é preciso compreender as diferentes visões geopolíticas que estão em cena. Uma das vertentes é o nacionalismo, que – para muitos, inclusive e principalmente militares – pode ser sintetizada nos conceitos “o Brasil é nosso”, “a Amazônia é nossa”, “as riquezas são nossas”, “o petróleo é nosso”, por exemplo.

Essa corrente geopolítica nasceu e cresceu durante a Guerra Fria, coincidindo com a intensa propaganda soviética contra os Estados Unidos, gerando o antiamericanismo, latente até hoje. O ápice do nacionalismo se deu no Governo Geisel, quando o Brasil desejou e passou a trabalhar pela posse da bomba atômica.

Foi no Governo Geisel que nós terminamos com o Acordo Militar Brasil-Estados Unidos e firmamos um acordo com a Alemanha para construir aqui oito usinas nucleares (só saíram três), o que nos daria o aval para a exploração extensiva do urânio e o seu reprocessamento em escala capaz de nos levar ao combustível nuclear. Não foi à toa que Estados Unidos e Rússia, ao mesmo tempo, condenaram tal acordo.

O Geisel era um patriota, mas me parece não haver compreendido o momento geopolítico. Não era conveniente ter a bomba. Por outro lado, os preços em ascensão do petróleo nos levavam avidamente a buscar conquistar maiores divisas com exportação, e o mercado mais promissor para nossa indústria bélica era composto de países vetados pelo Acordo Militar, como o Iraque, por exemplo, que comprou centenas de carros blindados Cascavel, de nossa fabricação.

Não passou pela cabeça do Governo que nós só possuíamos aquela poderosa indústria bélica porque construída pelos Estados Unidos para formação de sua Zona de Retaguarda. Foi um engano geopolítico que nos custou a queda dos Regimes Militares e a ascensão dessa bagunça que estamos vivendo.

Nacionalistas e antiglobalistas unidos nas diferenças
Nacionalismo pode englobar democratas, comunistas, integralistas, islâmicos, sem qualquer problema. Apenas como exemplo aqui no Brasil, podemos dizer que o Aldo Rabelo, comunista, foi o Ministro da Defesa civil que mais agradou aos militares, apenas porque – como eles – era nacionalista. E ser nacionalista não significa ser antipatriótico. Por outro lado, ser antiglobalista é outra coisa.

O antiglobalista já conhece a Nova Ordem Mundial e tudo que ela representa para a escravização de uma nação, a perda da soberania nacional, com tudo que isso representa. Ai, temos uma semelhança: nacionalistas e antiglobalistas não aceitam a perda da soberania nacional.

Entretanto, a visão antiglobalista não pode ser restrita a uma única nação, eis que o globalismo é planetário, e só pode ser combatido planetariamente. O inimigo do nacionalista é todo aquele que não seja brasileiro. O inimigo do antiglobalista é o globalista. Nisso, os dois pensamentos são divergentes.

Como a Nova Ordem Mundial prega a destruição dos valores judaico-cristãos, seus maiores inimigos, o objetivo fundamental da Nova-Nova Ordem Mundial, o movimento geopolítico internacional que surgiu em reação à NOM, é lutar por aqueles valores, e é essa luta que vemos sob os nossos olhos todo dia acontecendo.

A vitória dos antiglobalistas nas eleições brasileiras
Quem venceu as eleições no Brasil foi a Nova-Nova Ordem Mundial, que para isso contou com a ajuda dos nacionalistas, eis que também estes abominam o comunismo e professam o mesmo ideal de valores cristãos.

Então, o que temos, agora, em nossa política? Imaginem que dois partidos fizeram uma coligação para apresentar um só candidato à Presidência: o Partido Antiglobalista e o Partido Nacionalista. A coligação teve como objetivo derrotar todos os Partidos Vermelhos. Venceram, e agora têm que governar.

Por tudo o que eu já disse acima, é óbvio que existe uma diferença de observação geopolítica, e que isso resultará em algumas arestas que terão que ser aparadas, ou pelo menos amainadas. Em um primeiro momento, a coligação trabalhará fortemente para a recuperação do Brasil, adotando práticas liberais na economia e varrendo o lixo deixado como herança pelos vermelhos. O Brasil crescerá.

No meio do caminho, aí sim, começarão a aparecer as divergências entre antiglobalistas e nacionalistas, algumas delas já se esboçando. Quem dará o tom do futuro é o Congresso, ao propor e/ou aprovar medidas com reflexos externos.

A maior parte desse nosso Congresso é composta de iniciantes. Trata-se, portanto, de “fazer a cabeça” desses novos congressistas, altamente sensíveis ao seu eleitorado, que os colocou lá com um discurso antiglobalista, talvez embora nem o tenha reconhecido como tal.

“Fazer a cabeça” do povo (eleitores) e fazer isso reverberar no novo Congresso é tarefa de uma nova mídia, de direita, que apague de vez a “ideia mater” do nacionalismo brasileiro, o antiamericanismo, pois é com a formação de um Bloco Judaico-Cristão que colocaremos a pá de cal no projeto maldito da NOM. Estamos no caminho certo.

O Coronel Enio Fontenelle é oficial da reserva do Exército Brasileiro, analista político e autor de livros sobre geopolítica. Atualmente disponibiliza um curso online de geopolítica, que pode ser acessado em www.eniofontenelle.com. #CriticaNacional #TrueNews #RealNews