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Diretora da Apex Pressionada Por Recusar Assinar Contrato Com Empresa Investigada na Lava-Jato

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Diretora da Apex Pressionada Por Recusar Assinar Contrato Com Empresa Investigada na Lava-Jato

 

por paulo eneas
A demissão esta semana de Mário Vilalva, que exercia a presidência da Agência Brasileira Promotora de Exportações, Apex, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, foi o desfecho de um processo em que dois diretores do órgão, Letícia Catelani e Márcio Coimbra, vinham sendo pressionados pelo agora ex-presidente para serem coniventes com práticas irregulares na agência.

O pivô da crise que gerou a exoneração de Vilalva foi a tentativa recorrente do ex-presidente da agência de manter um contrato fraudulento no valor de R$12.5 milhões com a empresa de publicidade Terruá. Conforme documento de investigação da Polícia Federal a que tivemos acesso, e que pode ser visto na íntegra nesse link aqui, a Terruá é citada na Lava jato e investigada por lavagem de dinheiro para o PT em um caso envolvendo o governo de Flávio Dino (PC do B) do Maranhão.

Nesse documento, que é um relatório da execução de um mandato de busca e apreensão realizado pela Polícia Federal em Recife-PE em 2016 durante a Fase 26 da Operação Lava Jato, que investigava desvios de recursos por meio de contratos da Petrobras, a Terruá é citada na página 23 como sócia oculta de uma parceria com uma empresa de denominada Arcos, para fins de execução de “soluções de comunicação” para a Embaixada da China.

A empresa Terruá tem entre seus integrantes a articuladora do movimento #EleNão no Distrito Federal, Martha Ribeiro Ferreira. Outro sócio da empresa era Ednilson Machado, que foi assessor de José Dirceu e desligou-se da empresa no ano passado para trabalhar na campanha eleitoral do invasor de propriedades Guilherme Boulos.

A Terruá tinha contrato com a Apex que seria renovado nesse início de governo. Esse mesmo contrato havia sido objeto de uma tentativa de auditoria no ano passado, para apurar os gastos injustificáveis na gerência de marketing. Não houve andamento e o auditor da Controladoria Geral da União cedido para essa tarefa, Fabio Vargas, foi demitido.

Os diretores Letícia Catelani e Márcio Coimbra se recusaram a atender a determinação de Mario Vilalva, para que fosse feita a renovação do contrato com a Terruá, e por conta dessa recusa passaram a sofrer retaliações por parte do agora ex-presidente da Apex. Em particular, a diretora Letícia Catelani ficou impedida de fazer nomeações para complementar os quadros da agência, após ela ter sido uma das responsáveis pelo processo de limpeza e despetização do órgão logo no início do governo.

Após ter sido exonerado, o ex-presidente da agência, Mario Vilalva, passou a criar uma versão fantasiosa do episódio, com o objetivo de ainda atingir os dois diretores. Ele chegou a afirmar para a grande imprensa que desconhecia o envolvimento da Terruá com a Lava Jato, quando na verdade essa informação já é de conhecimento público há mais de dois anos. Ele chegou até mesmo a alegar desconhecimento do estatuto da Apex, uma afirmação que serve para reforçar sua desqualificação para estar à frente da agência.

Perguntado hoje sobre os desdobramentos na Apex, o chanceler Ernesto Araújo afirmou que os diretores alvo de perseguição por parte ex-presidente do órgão não serão afastados, e que dentro de alguns dias será anunciado o nome do novo presidente da entidade. #CriticaNacional #TrueNews #RealNews


 

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