por paulo eneas
O plenário do Senado Federal aprovou em primeiro turno de votação na noite desta terça-feira (01/10) a proposta de emenda constitucional criando a Nova Previdência. O texto-base da proposta foi aprovado por 56 votos a favor e 19 votos contrários. Eram necessários 49 votos para a aprovação. Um total de dez destaques ao texto ficaram para ser apreciados em separado.
A aprovação da reforma previdenciária constitui-se até o momento no maior trunfo político institucional do Governo Bolsonaro. Isso porque, ao contrário do mantra repetido incessantemente pela maioria dos analistas da grande imprensa, a aprovação da reforma evidenciou que o governo possui uma eficiente articulação política no parlamento, ao menos em torno de uma pauta considerada difícil aos olhos da opinião pública.
A aprovação reflete também o apoio que o Presidente Bolsonaro e seu programa de governo de governo têm junto à maioria da população. Um apoio que ficou demonstrado no primeiro semestre desse ano, quando houve duas manifestações massivas nos meses de maio e junho em inúmeras cidades do País em defesa do presidente e de sua agenda de reformas. Estas manifestações foram essenciais para viabilizar a aprovação da reforma na Câmara dos Deputados.
Chamou a atenção durante a votação de ontem o posicionamento dos senadores do grupo Muda Senado, uma articulação de senadores de esquerda e centro-esquerda que procura cacifar sua posição no Senado em vista das eleições municipais do ano que vem, e também em vista da sucessão na direção na casa, bem como para as eleições gerais de 2022.
Mais cedo no dia de ontem, dois integrantes do grupo votaram contra a reforma na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal: Fabiano Contarato e Randolfe Rodrigues. Durante a votação em plenário, dos vinte e um integrantes do grupo Muda Senado, três votaram contra e três se abstiveram, sendo que uma das abstenções (a do senador Marcos do Val) justificou-se por razões médicas.
No início da tarde desta quarta-feira foi concluída a votação dos destaques, que foram rejeitados em seu conjunto, à exceção do destaque relativo a abono salarial. O saldo final da proposta aprovada representará uma economia de R$ 800 bilhões para a União em um prazo de dez anos, valor abaixo do pretendido pela equipe econômica, que girava em torno de R$ 1 trilhão.
Finalizada a votação do texto-base e dos destaques, a proposta deverá ser submetida à segunda votação no Senado, prevista para ocorrer no próximo dia 10/10, na semana que vem. #CriticaNacional #TrueNews #RealNews