por paulo eneas
O último dia do Encontro de Cúpula do BRICS, bloco de países formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e que acontece em Brasília, teve como principal ponto de pauta o fortalecimento do Banco de Desenvolvimento criado pelo grupo, o Banco do BRICS. Sediado em Xangai, China, desde 2015, o Novo Banco de Desenvolvimento tem como foco ser uma alternativa ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial.
O encontro será encerrado hoje com uma declaração conjunta dos chefes de Estado do Brasil, Jair Bolsonaro, da Índia, Narendra Modi, da Rússia, Vladimir Putin, da China, Xi Jinping e da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Estava prevista para o final da tarde de hoje uma reunião bilateral do Presidente Bolsonaro com Vladimir Putin (Rússia) e em seguida com Cyril Ramaphosa (África do Sul).
BRICS: Uma herança da diplomacia da era petista
O BRICS é uma herança da diplomacia e da geopolítica da era petista. Nascido em 2006, ano da reeleição de Lula e quando o Mensalão já havia sido descoberto, o bloco reuniu inicialmente as principais economias do mundo consideradas emergentes: Brasil, Rússia, China e Índia. A África do Sul foi incorporada posteriormente por conveniência política, em vista de sua irrelevância econômica comparativa.
A despeito do seu caráter formal de bloco econômico, o BRICS surge como bloco político internacional, no qual Rússia e China desempenham papel central. A adesão do Brasil da era petista esteve muito mais relacionada ao antiamericanismo da diplomacia brasileira de então, e à intenção deliberada dos comunistas brasileiros de colocar o Brasil sob a esfera de influência de regimes comunistas.
Do ponto de vista econômico, o bloco produziu até agora resultados pífios, ao menos no que diz respeito aos interesses brasileiros. Por exemplo, as transações comerciais do Brasil com a China independem do bloco. As trocas com a África do Sul, país que vem empobrecendo por conta de uma sucessão de regimes esquerdistas corruptos e racistas deixados como legado do período de Nelson Mandela, são igualmente irrisórias.
A Rússia, por sua vez, diz respeito ao Brasil, muito mais pelo apoio de Vladimir Putin à narco-ditadura de Nicolas Maduro na Venezuela, e suas consequências para o Brasil, do que pelo peso de trocas comerciais entre os dois países. Para o Brasil interessa aprofundar relações com a Índia, país que o Presidente Bolsonaro visitará em janeiro próximo.
O fato é que o BRICS é uma herança da geopolítica da era petista, que colocou o Brasil sob a esfera de influência russo-chinesa, o que está em flagrante conflito com a nova diretriz da política externa brasileira, que é essencialmente soberanista, anticomunista e antiglobalista.
O Brasil ocupa até o fim do ano a presidência rotativa do bloco, que a partir de 2020 passará a ser ocupada pela Rússia. Possivelmente o Brasil continuará a fazer parte do BRICS por razões estritamente pragmáticas ou diplomático-formais.
No entanto, entendemos que as novas diretrizes, corretas, da política externa e da diplomacia comercial brasileiras implementadas pelo chanceler Ernesto Araújo seguramente não têm, e nem devem ter no BRICS, uma de suas prioridades. Colaboração de Clau de Luca #CriticaNacional #TrueNews #RealNews