Durante evento nesta sexta-feira (05/11) na cidade de Ponta Grossa (PR) o presidente Bolsonaro voltou a reafirmar suas origens políticas e vínculos históricos com o Centrão, bloco político parlamentar do Congresso Nacional caracterizado pelo fisiologismo e que tem entre entre seus integrantes muitos parlamentares acusados de corrupção. Trata-se do mesmo bloco que foi decisivo para dar sustentação parlamentar aos governos da era petista.
O presidente relembrou que durante 28 anos foi deputado pelo PP, o mesmo partido que teve praticamente todos os seus deputados envolvidos no Mensalão, exceto o então deputado Jair Bolsonaro. Ao comentar as críticas que recebe pelas negociações feitas com partidos deste bloco, o presidente afirmou: “votaram num cara do Centrão”.
A fala do presidente não corresponde à percepção dos seus 57 milhões de eleitores, que nele votaram por apresentar-se como um candidato conservador de direita, que havia prometido romper com práticas fisiológicas na máquina pública, práticas estas nas quais o Centrão se esmera há décadas, independentemente do governo de turno.
A fala do presidente também parece sinalizar sua intenção de desvincular-se da imagem de liderança política conservadora de direita e anti-establishment que ele mesmo construiu na campanha e que levou toda a direita brasileira apoia-lo para chegar à presidência. Bolsonaro faz questão hoje de mostrar que é um político de centro, recorrendo para isto até mesmo ao seu passado de filiação partidária. Fonte: Gazeta do Brasil.