por paulo eneas
Os últimos três anos no Brasil assistiram a uma metamorfose no movimento político de viés conservador surgido no país em torno de 2013. Para além do antipetismo de então, o motor deste movimento consistia na defesa de determinadas pautas que eram seu traço característico.
Defendia-se de modo intransigente a liberdade, apoiava-se o endurecimento de leis penais para o combate à criminalidade, denunciava-se e combatia-se o proselitismo político-ideológico de esquerda em sala de aula, por meio da iniciativa do Escola sem Partido.
O movimento combatia a exposição de crianças e adolescentes a temas sexuais adultos via ideologias identitárias. O voto impresso e a transparência pública no processo eleitoral estavam na ordem do dia, assim como o direito à legítima defesa e o acesso legal a armas.
A denúncia permanente do Foro de São Paulo e a defesa da soberania nacional presente no movimento contrário à Nova Lei de Imigração estavam igualmente no centro das preocupações daquele movimento político de viés conservador.
Havia também a preocupação de se encontrar meios legais de romper-se com o monopólio nos meios de comunicação de massa, especialmente a televisão, e a hegemonia de narrativas em termos de guerra cultural e indução comportamental dele decorrentes.
Passados três anos desde o início do atual governo, essas pautas simplesmente desapareceram do horizonte de referência daquele movimento, que passou em grande parte a defender aquilo que antes condenava e criticava, como a expansão de programas sociais de viés assistencialista.
O movimento passou a fechar os olhos para medidas e leis que implicam em agressão a liberdades e garantias fundamentais, como a Lei 13.979 ou a lei que institui a semana feminista na educação infantil. As restrições à liberdade que se observa hoje são igualmente ignoradas em nome de um certo pragmatismo que se traduz na indiferença em relação a tudo que se defendia antes.
O Brasil hoje assiste ao avanço das pautas da esquerda nas políticas públicas, o país faz concessões abertas à agenda globalista ocidental que afeta nossa soberania e nossa capacidade de nos desenvolver como nação de fato independente e o regime ditatorial chinês tem uma presença cada vez mais ostensiva em áreas críticas da vida nacional.
As pautas que outrora serviram de combustível para o nascente movimento conservador brasileiro não apenas foram deixadas de lado, como substituídas pela defesa de suas antípodas. Hoje celebra-se a expansão do assistencialismo estatal sob o lema de que cabe ao Estado “cuidar das pessoas”, o mesmo mote empregado anos atrás pela ex-presidente petista.
Celebra-se hoje o fato de o país ter uma legislação ambiental que é um entrave ao seu desenvolvimento econômico, e esta legislação é exibida nos fóruns internacionais com orgulho e ufanismo próprios de quem padece do complexo de vira-latas, em uma autêntica e vergonhosa prestação de contas da nossa submissão às imposições da agenda globalista.
O país retrocedeu na construção de um projeto de Nação de fato livre e soberana. Retrocedeu no projeto de construir-se uma governança nacional baseada nos valores mais caros à maioria do povo brasileiro, em especial na defesa de fato da família, da propriedade e da liberdade. Um retrocesso que somente poderá revertido anos adiante de nosso futuro incerto.
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