por paulo eneas
O diretor-presidente da Anvisa e oficial reformado da Marinha do Brasil, o contra-almirante Antônio Barra Torres, afrontou a autoridade institucional do Presidente da República e exigiu publicamente uma retratação do Chefe de Estado, após questionamentos feitos pelo presidente a respeito dos critérios usados pela agência para autorizar a vacinação de crianças contra a Covid-19 com as vacinas produzidas pela Farmacêutica Pfizer.
Na semana passada o presidente Bolsonaro fez questionamento sobre os critérios usados pela Anvisa para liberar a vacinação de crianças. O presidente não fez nenhuma acusação a alguém em específico, mas levantou questionamentos, ainda que possivelmente isto pudesse ser feito de outra forma pelas vias institucionais formais, o que não retira a pertinência dos questionamentos levantados.
Em resposta a estes questionamentos, o diretor-presidente da Anvisa se insurgiu, usando de sua condição de oficial superior reformado da Marinha do Brasil, para afrontar o Presidente da República. Em nota oficial da agência, publicada ainda no sábado (08/Jan), o contra-almirante Antônio Barra Torres usou do escudo da Marinha do Brasil para exigir uma retratação do Presidente da República, que segundo a Constituição Federal, é o Comandante Supremo das Forças Armadas.
Em editorial publicado nesta segunda-feira (10/Jan) no jornal Correio da Manhã, seu diretor de redação e jornalista Cláudio Magnavita afirmou: “Antônio Barra Torres virou o protagonista do tolo ato de insubordinação de um oficial general contra o comandante supremo das forças armadas brasileiras”. O jornalista prossegue afirmando:
“Para piorar a sua situação de motim, o atual presidente da agência assina a nota como contra-almirante RM1 Médico/Marinha do Brasil. Não há dúvidas. É um oficial general da reserva remunerado da Marinha, ocupando uma função de altíssima confiança no Governo Federal, peitando a sua autoridade maior”.
A nota oficial do contra-almirante Antônio Barra Torres repercutiu amplamente na imprensa e serviu de munição para mais ataques ao presidente. Nas suas narrativas, a grande imprensa, ancorando-se na nota do contra-almirante, passou exibir a Anvisa como sendo um autoridade institucional acima da autoridade do Chefe de Estado.
No trecho final de sua nota, Antônio Barra Torres ironiza a crença religiosa do presidente e afirma: “(…) exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate”. A nota do diretor-presidente da Anvisa, indicado pelo próprio presidente e que possui mandato de mais três anos à frente da agência, foi uma das mais explícitas demonstrações de afronta à autoridade institucional do chefe de governo.
A despeito desta afronta, a militância das redes sociais que normalmente é pautada pelo Centrão, não empenhou-se em sair em defesa do presidente diante deste ataque vindo desta vez não da esquerda, mas de um funcionário de alto escalão da República nomeado pelo próprio presidente. Crédito da Foto: Agência Brasil – EBC.
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