Invasão da Ucrânia: A Postura do Ditador Vladimir Putin Não É Defensiva

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Se o objetivo de Putin fosse apenas dissuasivo, ele não teria invadido a Ucrânia matando civis. A invasão na verdade revela o objetivo expansionista do ditador russo.


por paulo eneas
O principal argumento que o ditador russo Vladimir Putin tem usado para justificar sua agressão militar à Ucrânia é de natureza defensiva: Putin alega que como a Ucrânia estava em negociações para entrar na OTAN, a instalação de bases militares da aliança ocidental no território ucraniano representaria uma ameaça à segurança da Rússia, o que justificaria a incursão militar empreendida pelo ditador russo.

Este argumento de Vladimir Putin tem sido reverberado por toda a esquerda internacional e, de maneira surpreendente, por um segmento expressivo da direita nominal brasileira que enxerga na agressão militar à Ucrânia por parte dos russos uma resposta justificável de Vladimir Putin à uma suposta “provocação” da OTAN.

Essa leitura enviesada tem colocado parte da direita nominal ao lado da própria esquerda e de regimes de ditaduras comunistas como Cuba e Venezuela, que já se manifestaram ostensivamente em apoio à agressão de Vladimir Putin à Ucrânia. Na visão destes, a Ucrânia seria a principal culpada pela agressão que ela sofre, uma vez que teria “provocado” os russos.

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Além de moralmente condenável, esta posição ignora o fato objetivo de que a invasão levada a cabo por Vladimir Putin está longe de ser uma operação militar de natureza defensiva. E ignora também as pretensões expansionistas e imperialistas eurasianas do ditador russo. Pretensões estas que Vladimir Putin nunca fez questão de ocultar.

Se as motivações do ditador russo fossem unicamente defensivas, a simples colocação de tropas russas na fronteira ucraniana e a retórica belicosa ameaçadora de Vladimir Putin seriam suficientes para dar ao governante russo uma posição de força o suficiente para negociar a não entrada da Ucrânia na OTAN.

Mas ao invadir o território ucraniano mirando alvos civis, incluindo a capital Kiev, e reconhecer a “independência” de duas regiões separatistas e rossófonas da Ucrânia, Putin deixou claro que seu objetivo estratégico não é apenas de dissuasão militar defensiva.

O objetivo declarado de Vladimir Putin é fazer uma operação ofensiva para trazer a Ucrânia desmantelada para a órbita russa, como nos tempos da Cortina de Ferro da antiga União Soviética, que Putin pretende reconstruir. E provavelmente conseguirá esta reconstrução, se depender dos governantes globalistas ocidentais.

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