por paulo eneas
O presidente Jair Bolsonaro confirmou em entrevista na manhã desta terça-feira (09/11) ao Jornal da Cidade Online que irá filiar-se ao Partido Liberal (PL), chefiado por Valdemar Costa Neto, para disputar a reeleição no ano que vem. A sigla é um dos partidos que formam o bloco fisiológico do Centrão que hoje ocupa as principais posições no governo federal.
A decisão do presidente de filiar-se ao PL ocorre após entendimento com o Progressistas (PP), outro partido do Centrão, que tem em Ciro Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, seu principal comandante e chefe. O PP possivelmente indicará o nome do vice-presidente para formar chapa com o presidente Bolsonaro. O próprio Ciro Nogueira é cogitado, assim como o ministro das Comunicações, Fábio Faria.
Ainda em 2018, antes de decidir-se pelo PSL, o então pré-candidato Jair Bolsonaro havia declarado que jamais iria associar-se a corruptos condenados no Mensalão, referindo-se ao próprio Valdemar da Costa Neto, como pode ser visto no vídeo abaixo e também nesta nesta mensagem aqui publicado no twitter do então pré-candidato Bolsonaro:
A definição da opção partidária do presidente vem acompanhada do esforço excepcional do governo e do Centrão para a aprovação da PEC dos Precatórios, que precisa ser chamada mais corretamente de PEC da Reeleição. Ainda nesta segunda-feira (08/11) o deputado Ricardo Barros (PP-PR) publicou mensagem na rede social informando a presença de mais de mil prefeitos em Brasília (DF) nesta terça-feira para pressionarem pela aprovação desta emenda constitucional.
A mobilização explica-se pelo fato de a aprovação da PEC dos Precatórios abrir espaço para a ampliação dos programas assistencialistas do governo federal, programas estes que historicamente sempre foram o principal combustível para a base eleitoral dos parlamentares e das lideranças políticas locais do Centrão, inclusive durante a era petista. Será uma forma de clientelismo turbinado.
Portanto, do ponto de vista estritamente eleitoral, independentemente do resultado do pleito presidencial, o Centrão sairá como principal beneficiário da ampliação destes programas, que terá como consequência o crescimento das bancadas destes partidos nos Congresso Nacional.
Nesse sentido, a estratégia atualmente adotada pelo governo de fazer suas apostas políticas em cima da ampliação do assistencialismo estatal, terá como consequência a partir de 2023 a presença no parlamento de mais parlamentares eleitos não necessariamente em cima de uma agenda programática, mas em decorrência de um tipo de clientelismo que a direita e os conservadores sempre condenaram.
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