por paulo eneas
O fato político mais relevante observado no país ao longo deste ano é a crescente tentativa de criminalização da atividade política dos conservadores. Uma tentativa que é empreendida tanto pelo poder judiciário quanto por toda a grande imprensa que, por meio de construção de narrativas, procura exibir as atividades políticas e mesmo as atividades empreendedoras dos conservadores como se fossem atividades intrinsecamente ilícitas.
Este esforço de demonização, que resulta da vontade deliberada da grande imprensa e do meio acadêmico e de todo o establishment político, de banir o conservadorismo e os conservadores da vida pública nacional, reflete-se até mesmo na distorção e subversão dos critérios usados pelo jornalismo profissional para definir o que é ou não uma notícia.
Exemplo desta distorção foi dado esta semana pelo jornal O Globo, em matéria assinada pelos jornalistas Bela Megale e Aguirre Talento. A matéria tem como base o conteúdo vazado do inquérito conduzido no Supremo Tribunal Federal que investiga apoiadores do Presidente Bolsonaro, entre eles o empresário Otavio Fakhoury, membro do Conselho Editorial do Crítica Nacional.
O inquérito investiga os supostos “atos antidemocráticos”, um tipo penal fictício, uma vez que não está previsto nem tipificado em nosso do código penal. A bem da verdade, o “crime” de organização e participação em supostos atos antidemocráticos foi “tipificado” pela CNN Brasil no primeiro semestre deste ano, ao rotular desta maneira as manifestações pacíficas realizadas por apoiadores do Presidente Bolsonaro.
Mas a despeito desta vacuidade jurídica, a suprema corte brasileira decidiu abrir um inquérito e investigar pessoas que exercem seu direito constitucional de se manifestar para saber se incorreram no “crime” inexistente e não previsto em lei de participação em atos supostamente antidemocráticos. A reportagem do jornal O Globo contém os seguintes trechos que destacamos abaixo:
Mensagens apreendidas pela Polícia Federal no telefone celular do empresário Otávio Fakhoury apontam que empresários bolsonaristas se articularam para comprar uma estação de rádio que apoiaria pautas de interesse do governo.
(…) A informação chamou atenção dos investigadores da PF, que têm feito perguntas sobre esse assunto nos depoimentos tomados durante a instrução do inquérito. (…) Em um outro depoimento tomado no mesmo inquérito, do pastor RR Soares, a PF também lhe pergunta sobre essa tentativa de compra de uma rádio pelo grupo bolsonarista.
Se os jornalistas de O Globo fossem utilizar de critérios do jornalismo profissional sério deveriam dizer, após terem tido acesso ao conteúdo vazado da investigação, que nada neste conteúdo indica a prática de algum ilícito. Uma vez que, por óbvio, a intenção de uma ou mais pessoas de adquirir ou abrir uma emissora de rádio não se constitui em crime.
Mas em vez disso, o que lemos na reportagem de O Globo é uma narrativa que descreve a intenção de abrir uma emissora de rádio com o mesmo tom com que se descreveria a intenção de um grupo de criminosos de se reunirem para praticar algum crime.
Ou seja, a reportagem de O Globo deixou de dar a única notícia relevante que pode ser extraída do conteúdo vazado da investigação: a notícia de que não há indicativo algum de qualquer prática ilícita. Em vez disso, a reportagem ocupou-se em elaborar uma narrativa para dar contornos supostamente ilícitos a uma intenção perfeitamente legítima e amparada em lei: a intenção de um grupo de pessoas de abrir uma emissora de rádio.
O final da reportagem do jornal O Globo traz a seguinte afirmação:
(…) O inquérito no STF apura se existem grupos organizados, com fontes de financiamento, para realizar atos com ataques ao Supremo e ao Congresso Nacional.
A afirmação é deixada solta ao final da reportagem, sem que os jornalistas tenham se dignado a informar seus leitores que o conteúdo vazado da investigação a que eles tiveram acesso não mostra uma única evidência sequer de haver alguma intenção por parte dos investigados de promover supostos ataques contra alguma instituição da República.
A afirmação ao final da reportagem de O Globo é deixada solta, sem qualquer desdobramento ou informação adicional ao leitor, com a intenção deliberada de passar ao público a falsa impressão de que os investigados de fato planejam tais supostos ataques, apesar de os jornalistas terem em mãos o conteúdo vazado da investigação, que desmente qualquer intenção neste sentido.
Essa tática do jornalismo militante, de construir narrativas descoladas da objetividade dos fatos e visando em última instância demonizar e criminalizar a atividade política dos conservadores, resume e encerra o que se tornou a grande imprensa brasileira:
Um empreendimento político, descompromissado com a verdade factual (mesmo quando ela está diante dos olhos) e comprometido unicamente com uma agenda política-ideológica alheia às aspirações da maioria dos brasileiros. Não sem razão, essa mesma grande imprensa a cada dia perde mais e mais a credibilidade que ainda lhe resta.
O empresário Otávio Fakhoury manifestou-se a respeito da reportagem de O Globo por meio de nota de sua assessoria de comunicação, e que pode ser lida na íntegra abaixo.
Desejo de criação de rádio conservadora fomenta reação surpreendente
A ser financiada com recursos próprios, mídia servirá para mostrar o outro lado da notícia
Em atenção à matéria denominada “Em mensagens de WhatsApp, empresários bolsonaristas articulam criação de rádio pró governo”, dos jornalistas Bela Megale e Aguirre Talento, veiculada pelo jornal O Globo nesta terça-feira, 22 de setembro, o empresário Otavio Fakhoury vem a público tecer os seguintes comentários: “Um investimento em uma rádio conservadora é desejo legítimo, natural, legal e moral que, se levado adiante, será realizado com recursos próprios e privados.
Não sei porque tanto barulho por conta disso. Será pelo fato de que, por este meio, poderemos oferecer aos ouvintes a informação e análise sem o viés tendencioso presente em boa parte da mídia atual? A reação a essa notícia me surpreendeu, pois não há nada de desabonador, muito menos de antidemocrático, em um empresário desejar investir seus recursos em uma rádio”, afirma Fakhoury.
Fakhoury reitera nesta nota seu desejo de criar uma rádio de linha editorial conservadora, com recursos próprios, para veicular notícias não tendenciosas, mas equilibradas, e dar voz a um viés editorial diferente daquele que permeia a maioria dos meios de comunicação, oferecendo ao público uma escolha de consumo de qualidade mas diferente do padrão atual. “Esse é o meu desejo mesmo e espero concretizá-lo em breve.”
Em nota o advogado de Fakhoury, João Vinicius Manssur, consigna que não teve acesso aos documentos citados pela reportagem e que seu cliente sempre agiu de forma ética, lícita e, principalmente, em estrito respeito à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito.
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