por paulo eneas
O pior candidato possível é aquele que tem ampla rejeição junto aos formadores de opinião. É aquele que passa a impressão de não entender de economia e que apresenta propostas consideradas mirabolantes. O pior candidato possível é aquele que tem péssima relação com a grande imprensa, e que não consegue angariar apoios junto à intelectualidade e junto ao meio artístico.
O pior candidato possível é aquele que tornou-se motivo de chacota e de piada em programas de humor inteligentes e descolados. É aquele que forma um quase consenso entre analistas políticos e entre especialistas de várias áreas quanto à impossibilidade de sua vitória. O pior candidato possível é aquele que faz declarações consideradas desastradas, segundo os critérios de comunicação pública adotados pelos formadores de opinião dos grandes meios de comunicação.
O pior candidato possível é aquele em torno do qual criou-se a percepção, e também um consenso entre especialistas, de que não tem preparo nem reúne condições para governar. É aquele que acredita ingenuamente que a sinceridade de suas intenções e a honestidade de sua conduta são suficientes para o jogo político, e por conta disso ignora ou desconhece as melhores e comprovadamente eficientes técnicas do marketing e da comunicação política.
O pior candidato possível é aquele que encontra fortes resistências até mesmo dentro de seu partido. É aquele que somente reúne figuras desconhecidas e sem brilho próprio em seu staff político de campanha, enquanto seu concorrente direto ostenta um amplo leque de apoio entre as figuras mais conhecidas e mais prestigiadas da vida pública, incluindo artistas, desportistas, intelectuais e celebridades. O pior candidato possível é aquele que não modera seu linguajar, e não sabe calibrá-lo para atender às expectativas de determinados segmentos do público.
O pior candidato que se pode imaginar disputou uma eleição em 2016: chamava-se Donald John Trump, presidente dos Estados Unidos. #CriticaNacional #TrueNews