por paulo eneas
Um dos argumentos usados pelos segmentos da direita que, ainda que involuntariamente, fazem o jogo de interesse das esquerdas e apostam no descrédito no processo eleitoral por meio do estímulo à abstenção é o de que a adoção do voto impresso não irá resolver o problema, uma vez que na Venezuela também existe voto impresso.
Esse argumento simplório e tolo, além ignorar várias questões relevantes de estratégia política, é baseado no total desconhecimento sobre o processo político que ocorreu naquele país e que levou à consolidação do regime comunista venezuelano.
O regime chavista consolidou-se não por meio da fraude eleitoral. O chavismo consolidou-se pelo aparelhamento e corrupção das forças armadas, pelas ligações diretas com o narcotráfico, pela ação das dezenas de milhares de agentes cubanos atuando diretamente nas instituições venezuelanas, inclusive em suas forças armadas, e também pelas ligações diretas dos homens fortes da ditadura chavista com o terror islâmico.
Contribuiu também para a consolidação da ditadura comunista venezuelana o ambiente geopolítico durante o período, marcado pelo apoio dado ao regime pelo então governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, pleo ascensão do governos do Foro de São Paulo na América Latina, principalmente no Brasil, e pela omissão deliberada da Casa Branca chefiada por Barack Obama.
A fraude eleitoral, inclusive por meio do voto impresso, que passou a prevalecer na Venezuela a partir de um dado momento, serviu de instrumento de fachada democrática que o regime adotou após já ter consolidado-se. Portanto, usar do exemplo venezuelano para desprezar a defesa do voto impresso e para justificar a sabotagem e o boicote às eleições significa fazer exatamente o que a esquerda quer.
Em nosso entender, não existe argumento racional que justifique, do ponto de vista da direita, minimizar a importância do voto impresso como mecanismo que assegure a auditabilidade dos votos, acompanhado da exigência da apuração pública da votação. #CriticaNacional #TrueNews #RealNews
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