por paulo eneas
O poste nacional petista Fernando Haddad foi denunciado nessa terça-feira por crime de corrupção e lavagem de dinheiro, os mesmos crimes pelos quais seu chefe foi condenado a doze anos de prisão. A denúncia, feita pelo Ministério Público Paulista com base na delação de um executivo da Empreiteira UTC, traz um ingrediente a mais na crise que vem causando um racha nas hostes petistas.
Uma ala mais xiita capitaneada por Gleisi Hoffmann pretende levar até o fim a candidatura fake do presidiário. Para isso, esta ala está disposta a descumprir a decisão da justiça eleitoral e insistir em apresentar o presidiário como candidato nas peças de propaganda eleitoral do partido no rádio e televisão e também na internet.
Outra ala mais pragmática deseja há tempos livrar-se do presidiário, e lançar candidato próprio do partido na expectativa de herdar o que ainda resta de potencial eleitoral do petismo. No entanto, não existe consenso nessa ala em torno do nome do poste nacional agora denunciado por corrupção.
Esse impasse nas hostes petistas poderá fazer com que o partido ao fim e ao cabo não tenha candidato presidencial algum. Essa situação poderá ocorrer por decisão própria, como já antecipamos em artigos anteriores, ou por decisão da justiça, uma vez que o partido vem cometendo crime eleitoral ao apresentar o nome de seu chefe presidiário como candidato. Nesse cenário, petistas pediriam votos para Ciro Gomes.
Análises eleitorais surrealistas caem por terra
Esse impasse também joga por terra a análise tola e completamente descolada da realidade que foi apresentada recentemente pele chefetes do MBL, onde previam um segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. Esse cenário de segundo turno é tão improvável e irreal quanto a possibilidade da candidatura do chefe presidiário petista. Alguns autores da direita também abraçaram esse tese surrealista.
A única razão ao nosso ver para o MBL ter apresentado esse prognóstico completamente descolado da realidade foi para ter pretexto para continuar silenciando em relação aos tucanos e seu candidato Geraldo Alckmin, em quem o chefete-mor do MBL afirmou que votaria em um hipotético segundo turno contra o candidato da direita, Jair Bolsonaro.
Diagnósticos visivelmente forçados como esse feito pelo MBL, com a finalidade única de justificar a posição desconfortável em que o grupo político se encontra no cenário eleitoral, não podem ser vistas como análise séria e sim como exercício de dissimulação de posicionamento político.
O que espera-se que o MBL faça, até para atender os anseios de seus seguidores e ser honesto com seu próprio público, é reconhecer os erros de estratégia que adotaram até aqui e declarar a apoio a Jair Bolsonaro, para ajudar a assegurar a vitória da direita já no primeiro turno. A não ser que decidam cometer o suicídio político de pedir votos para o candidato amigo do PCC e ladrão de merenda escolar. #CriticaNacional #TrueNews #RealNews
Referências:
a) Nesse primeiro vídeo aqui, datado de 21/08, um dos chefetes do MBL fala dos supostos riscos do presidiário petista ir para o segundo turno. A análise sem pé nem cabeça é feita com base nos dados da pesquisa do Ibope, que todo analista político sério sabe que não pode ser levada em consideração.
b) Nesse segundo vídeo, outro chefete do MBL faz uma análise fantasiosa do quadro eleitoral para justificar o silêncio do grupo em relação ao candidato tucano. O título do vídeo é Trago Péssimas Notícias. Mas a péssima notícia ficou para o próprio MBL, uma vez que a esmagadora maioria dos comentários é de rechaço às afirmações feitas no vídeo.