por paulo eneas
A possível indicação de Eduardo Bolsonaro para o cargo de Embaixador do Brasil em Washington, Estados Unidos, irá constituir-se em um prejuízo político para o campo conservador e de direita curto e médio prazo. Não se trata aqui de fazer questionamento quanto à qualificação do deputado Eduardo Bolsonaro para a função, ao contrário: ele reúne qualificações para o cargo, que não é privativo de profissionais de carreira do Itamaraty, pois se trata de um cargo de natureza política, ainda que implique em exercer funções de agente do Estado.
E o cargo é político, por que seu exercício implica na observância de diretrizes de política externa, diretrizes essas que são ditadas por escolhas políticas do governante. E ninguém em sã consciência pode colocar em dúvida o alinhamento de visão geopolítica e de política externa entre o Presidente Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro. E soma-se a esse fatores, a excelente relação existente entre Eduardo Bolsonaro e o chanceler Ernesto Araújo.
O prejuízo político desta possível indicação tem a ver com o quê ela implicará: o afastamento, por força de lei, de Eduardo Bolsonaro dos assuntos políticos internos e partidários do País. Eduardo Bolsonaro é hoje uma das principais lideranças nacionais do campo conservador e de direita, razão pela qual ele tem um papel fundamental a desempenhar no esforço de organização política e de estruturação partidária da direita brasileira em âmbito nacional.
Seu papel ainda é mais importante no Estado de São Paulo, cujos eleitores renderam-lhe cerca de dois milhões de votos, permitindo ao PSL-SP romper, ao menos em parte, as décadas de hegemonia tucana no estado. O eventual afastamento de Eduardo Bolsonaro da cena política nacional e paulista terá como primeira consequência, a possibilidade de um revigoramento dos tucanos paulistas e paulistanos. O governador João Doria já percebeu isso, razão pela qual ele imediatamente procurou “lançar” o nome de Tábata Amaral para a sucessão paulistana.
A iniciativa de João Doria decorre da percepção por parte do cacique tucano de que a eventual saída de Eduardo Bolsonaro da cena política nacional e paulista iria fazer o campo conservador perder um enorme capital político, criando um vácuo de liderança que poderá ser preenchido em parte por um nome que pode ser acomodado pelos tucanos e ser palatável aos petistas e ao resto da esquerda socialista.
Portanto, não há nada que justifique esse prejuízo político de curto e médio prazo para o campo conservador. Por essa razão, esperamos que o Presidente Bolsonaro venha reavaliar essa opção à luz dessas implicações políticas. #CriticaNacional #TrueNews #RealNews
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