por paulo eneas
A esquerda e o establishment político, juntamente com a grande imprensa, jamais se conformaram com a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência da República, e têm a firme decisão de inviabilizar a continuidade de seu mandato ou no mínimo inviabilizar seu plano de governo.
Um plano de governo que mudará a face do País e irá, entre outros, promover a desaparelhamento esquerdista da máquina estatal e romper com décadas de fisiologismo e patrimonialismo na relação entre o Estado e setores da sociedade, especialmente os setor representados pelo próprio establishment político.
Uma sequência de cenários políticos e de episódios pode ser identificada nesses primeiros oito meses e meio de governo, mostrando claramente esse embate surdo que todo o establishment político e a grande imprensa tem feito contra um presidente conservador e de direita que conta com amplo apoio da população. Essa sequência está historiada abaixo:
01) Já nos primeiros meses de governo, o establishment passou a confrontar de modo direto o Presidente Bolsonaro, falando abertamente em impeachment e em parlamentarismo branco. Para isso, contou com apoio de integrantes do próprio governo, que emitiam declarações e entrevistas em afronta à autoridade presidencial, e que colocavam em questão o próprio programa de governo.
02) Essa estratégia cresceu, ganhou adeptos explícitos como MBL, e outros mais sutis e dissimulados como o Vem Pra Rua, mas o desfecho foi diferente daquele esperado: as manifestações massivas de 26/05 e de 30/06 em apoio ao presidente de pressão contra o Centrão mudaram o cenário, Jair Bolsonaro se fortaleceu, a reforma previdenciária foi aprovada.
03) As manifestações fortaleceram o presidente, que fez mudanças no governo com a exoneração de Santos Cruz e outros. O vice-presidente Hamilton Mourão cessou suas declarações em entrevistas que claramente se contrapunham ao programa de governo. O Presidente Bolsonaro acentuou sua agenda com aproximação maior com Donald Trump.
04) O embate do presidente com os globalistas como Emmanuel Macron e Angela Merkel, a obtenção do Acordo União Europeia e Mercosul mostraram o fortalecimento político do presidente. E sua disposição para entrar no corpo a corpo da guerra política com imprensa exibiram a volta do Bolsonaro Raiz, que foi um dos principais fatores de sua vitória eleitoral.
05) O establishment reelabora sua estratégia e passa a mirar não mais no presidente de maneira direta, mas na sua base, com o objetivo de minar a confiança dessa base de apoio no chefe de governo. Começam então as narrativas mentirosas na grande imprensa de suposto conflito entre o Presidente Bolsonaro e o Ministro Sérgio Moro.
06) A essas narrativas de conflito, soma-se outra que descreve a suposta existência de dois campos distintos: os lavajatistas (termo cunhado por jornalistas) de um lado, e os bolsonaristas de outro, com rotulagem já pré-definida: os primeiros seriam os que apoiam o embate contra a corrupção, e os segundos os que se opõem a ela.
07) Parte da direita e dos apoiadores de Bolsonaro, especialmente os apoiadores de última hora que no primeiro turno das eleições passadas apostaram em soluções de dentro establishment, como Geraldo Alckmin ou João Amoedo, passam a acreditar nesse cenário fantasioso armado pela grande imprensa.
08) Nesse interim, a decisão correta do Presidente Bolsonaro em não permitir que suas ações possam ser caracterizadas como um confronto institucional do Executivo contra o Legislativo ou Judiciário, o que configuraria crime de responsabilidade, passou a ser narrada como evidência de um suposto acordão não-republicano. E outra vez parte da direita comprou essa narrativa.
09) Disseminada a desconfiança em parcela dos apoiadores, e disseminada a ideia de um acordão anti-republicano, o establishment e a grande imprensa passam então a empunhar bandeiras com grande poder de sedução junto aos apoiadores do presidente. Bandeiras cujo objetivo último é estabelecer uma rota de confronto do Executivo com os demais poderes, ou no mínimo promover uma paralisia nas ações governamentais.
10) O primeiro desses instrumentos de confronto foi a aprovação da Lei de Abuso de Autoridade, que levou parte da base de apoio a “exigir” do presidente seu veto integral, o que obviamente resultaria em uma confrontação direta com o Congresso Nacional, de acordo com o script elaborado pelo establishment e pela grande imprensa.
11) Curiosamente, a base não entendeu que pressionar o presidente nesse caso, e não os parlamentares que efetivamente aprovaram a lei, era um erro estratégico primário que correspondia exatamente ao que os inimigos e adversários do governo esperavam que a direita ingênua e arrivista fosse fazer. E ela o fez.
13) O presidente, estrategista que é, não cedeu à pressão de sua própria base, e fez o que nós do Crítica Nacional considerávamos que era o correto a fazer desde o princípio: dezenas de vetos parciais, o que não caracteriza confronto com o legislativo, e abre espaço para negociação com o parlamento quando os vetos forem ser apreciados.
14) A proposta de CPI Lava Toga vem como segundo round dessa estratégia de paralisia e inviabilização do governo. Iniciativa dos senadores da esquerda socialista depurada da mancha petista, a CPI foi abraçada por parcela da base de apoio bolsonarista, que não percebe nela seu sentido inócuo no que diz respeito à necessidade real de mudança na cúpula do judiciário.
15) Estando já no segundo mês de retomada dos trabalhos no legislativo após o recesso, a pauta da reforma previdenciária no Senado Federal foi esquecida pela própria base de apoio do governo. Uma base que passou a ver numa CPI capitaneada pelo campo de esquerda não-petista a prioridade política do momento.
16) Ao elencar como prioritárias essas agendas e pautas colocadas pelos inimigos e adversários, a direita evidencia sua absoluta falta de visão estratégica até mesmo de curto prazo, quiçá pensar-se em estratégias de longo prazo, e com isso passa a objetivamente a agir contra os interesses do governo e, por extensão, os interesses do País.
CPI Lava Toga e Manifestação de 25/09
No próximo artigo iremos detalhar o porquê de a CPI Lava Toga ser um instrumento inócuo para lidar com o problema do Supremo Tribunal Federal. Mas já podemos adiantar que cabe fazer uma cobrança e um questionamento aos senadores, especialmente à maioria de esquerda que assinaram o pedido de instalação.
Cabe questioná-los porque esse empenho excepcional, alimentado com um poderoso lobby plantador de notas na imprensa, não foi e nem é direcionado para instrumentos mais eficazes para fazer o embate com o STF.
Instrumentos esses que não possam dar margem a conflito institucional e que fazem parte dos procedimentos usuais do legislativo dentro de suas prerrogativas, como a PEC de revogação da PEC da Bengala. Falaremos desse aspecto, e sobre a manifestação convocada por senadores da esquerda socialista para o próximo dia 25/09 no próximo artigo. #CriticaNacional #TrueNews #RealNews
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