por paulo eneas
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu nesta quinta-feira (01/07) arquivar o Inquérito 4828, que investigava os supostos atos antidemocráticos, e logo seguida determinou a abertura de um novo inquérito para investigar a existência de uma suposta “organização criminosa digital que atenta contra a democracia”.
O arquivamento do Inquérito 4828 atende determinação da Procuradoria-Geral da República, que pediu o arquivamento do caso com base em relatório da Polícia Federal, que concluiu pela não existência de ilícitos que teriam sido cometidos pelas pessoas investigadas, conforme mostramos no artigo Atos Supostamente Antidemocráticos: Procuradoria-Geral da República Reforça Pedido de Arquivamento de Investigação de Deputados.
O novo inquérito aberto por determinação do ministro Alexandre de Moraes será conduzido pela delegada da Polícia Federal Denisse Dias Rosas Ribeiro, e terá prazo de noventa dias para sua conclusão.
Na justificativa para o novo inquérito, o magistrado afirmou haver indícios de existência de uma suposta organização criminosa de atuação digital que estaria atentando contra “a democracia e o Estado de Direito”, e apontou suposta semelhança com o caso investigado pelo Inquérito 4781, ou o Inquérito das Fake News.
Atos que podem ser considerados antidemocráticos, por estarem fora da lei, têm sido praticados em todo o país por militantes da esquerda durante os últimos anos.
Estes atos incluem invasão de propriedades públicas e privadas, manifestações violentas que resultam em depredação de patrimônio público ou privado, vilipêndio de símbolos religiosos, cerceamento do direito de ir e vir das pessoas, incitação a atos criminosos atentatórios à vida de outros, agressões físicas a profissionais de imprensa, que já resultou em morte, e outros.
No entanto, nenhum dos participantes ou organizadores destes atos efetivamente antidemocráticos e violentos praticados pela esquerda foram alvo de investigação inquérito dos atos antidemocráticos.
Outrossim, os alvos destas investigações têm sido unicamente os apoiadores do Presidente Bolsonaro, por conta de suas atuações em redes sociais e participação em manifestações políticas que sempre ocorreram e ocorrem de maneira pacífica e dentro da lei.