por paulo eneas
A reunião promovida nesta segunda-feira (18/07) pelo Presidente da República com algumas dezenas de embaixadores para tratar do sistema eleitoral brasileiro foi uma iniciativa totalmente sem sentido, que não terá qualquer implicação material no que diz respeito ao aprimoramento de nosso sistema de votação, e serviu tão somente para gerar um tensionamento adicional no ambiente político.
O anúncio da reunião na qual o presidente iria fazer supostas revelações e apresentar supostas provas de problemas no sistema de votação serviu para gerar um movimentação intensa de apoiadores do presidente nas redes sociais, repetindo um padrão que tem sido observado há cerca de dois anos:
O presidente anuncia a revelação de algo possivelmente bombástico, sua base entra em um frenesi político, nenhuma revelação é feita e esta mesma base segue como se nada tivesse ocorrido, aguardando o próximo dog whistle. É como se o presidente mantivesse uma relação de natureza pavloviana com sua própria base hiperfiel.
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No evento de cerca de quarenta minutos de duração junto com os embaixadores, o presidente basicamente repetiu os conteúdos apresentado há um ano em suas lives com a participação do deputado federal Filipe Barros. Nenhum fato novo foi apresentado e o presidente voltou a usar e abusar da expressão “jogar dentro das quatro linhas”.
O presidente voltou a fazer referências ambíguas sobre as Forças Armadas, ao dizer que os militares não aceitarão o que o presidente chamou de farsa, mas ao mesmo tempo irão aceitar o resultado das urnas.
Na transmissão ao vivo do canal Reação Conservadora realizada também nesta segunda-feira (18/07) a bancada formada por Abraham Weintraub, Arthur Weintraub, Dr. Alessandro Loiola e Paulo Eneas, editor do Crítica Nacional, analisaram o encontro do presidente com os embaixadores. Abraham Weintraub considerou que a postura e o tom da fala do presidente sugeriram o “ensaio de um discurso de derrota”.
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Por sua vez, Arthur Weintraub, além de pontuar que a fala do presidente não trouxe nenhuma informação nova, lembrou que em uma de suas lives, o presidente chegou a defender Lula quando o petista ainda estava preso, ao afirmar: “se for pra soltar o Lula, que solte”.
O Dr. Alessandro Loiola resgatou uma manchete de 26/07/2021 do website da Jovem Pan falando exatamente o mesmo que foi anunciado para esta segunda-feira, conforme mostrado na imagem abaixo.
O editor do Crítica Nacional lembrou que por norma diplomática internacional, embaixadores não podem manifestar-se sobre assuntos internos do país onde servem, de modo que este fato por si só tornou o encontro sem sentido.
Lembrou também que se a intenção era dar repercussão internacional ao tema tratado pelo presidente, existem outras vias para tal finalidade que deveriam ser acionadas pela incompetente e desqualificada área de comunicação institucional do governo. Usar os canais diplomáticos formais foi uma péssima estratégia.
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