por paulo eneas
O principal responsável pelo péssimo aconselhamento dado ao Presidente Bolsonaro para escolher Regina Duarte como nova Secretária Especial de Cultura foi o General Luiz Ramos, ministro chefe da Secretaria de Governo.
Após a nomeação da atriz global amiga de tucanos e psolistas, o General Ramos publicou uma mensagem nas redes sociais afirmando teria chegado ao fim supostos “radicalismos” e “ideologias” na secretaria com a vinda da nova secretária e seu séquito de esquerdistas, e com a exoneração de quase todos os conservadores e bolsonaristas históricos que ocupavam cargos na pasta.
Passados poucos dias e diante da evidente e flagrante insustentabilidade política de Regina Duarte no cargo, o General Ramos curiosamente muda de conduta, e em mensagens publicadas nas redes sociais nesta segunda-feria (09/03) reveste-se de um discurso conservador conveniente para rifar a atriz global de quem até ontem ele era um entusiasta.
Exibir uma retórica conservadora de ocasião agora de pouco ou nada vale, diante do desgaste político que o General Ramos causou ao Presidente Bolsonaro ao sugerir-lhe a nomeação da atriz. Deveria o general e conselheiro do presidente ter antes cumprido devidamente o seu papel: municiar-se das informações sobre os planos de Regina Duarte para a pasta e obter informações e perfil político de quem ela pretendia nomear.
Uma vez levantadas estas informações, deveria o General Ramos ter elaborado um parecer recomendando ou não um “political clearance” da indicada e exibir esse parecer para o Presidente da República a quem, por óbvio, cabe a decisão final.
Mas em vez disso, o que vimos segundo nossas fontes foi um oficial de alta patente comportar-se como um tiete deslumbrado com a presença de uma atriz global no governo, e que não ocupou-se devidamente em avaliar outros aspectos de sua vinda para a pasta para então dar ao presidente o aconselhamento correto.
Ao recomendar ao presidente a nomeação da atriz sem levar em conta nenhum critério objetivo de sua adequação ou não às diretrizes do Governo Bolsonaro, o General Ramos agiu prestando um péssimo serviço ao seu chefe, que também é o chefe de governo.