por paulo eneas
O vereador Carlos Bolsonaro publicou mensagem em sua rede social neste quinta-feira (06/05) denunciando a existência de um vazador (de informações para a grande imprensa) de dentro do Governo Federal.
Na mensagem cifrada e sem mencionar nomes, Carlos Bolsonaro afirma que tal vazador opera para gerar desgastes permanentemente e usa técnicas de dissimulação: apresenta-se publicamente como aliado ao mesmo tempo em que repassa informações aos inimigos para fora.
O vereador, que é filho do Presidente da República, também sugere que o vazador daria “conselhos”, dando a entender que tal pessoa teria acesso direto ao presidente para dar-lhe supostos conselhos, de pertinência questionável.
Em que pese o caráter cifrado da mensagem de Carlos Bolsonaro, cuja lealdade ao presidente nunca esteve nem pode estar em questão, é fato que o entorno da Presidência da República é uma “peneira” no que diz respeito a vazamentos de informações sigilosas para a grande imprensa, e os exemplos são inúmeros.
Somente no caso da CPI da Covid, dois vazamentos foram emblemáticos: o primeiro foi um documento preparado pela Casa Civil contendo as estratégias e orientações para os ministérios em relação à comissão. O documento trazia vinte e três itens de possíveis acusações que poderiam ser feitas ao governo na CPI, e foi enviado para o email de um jornalista grande imprensa.
Outro vazamento ocorreu durante depoimento do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que afirma ter recebido em seu email mensagem enviada pelo ministro Fabio Faria com uma pergunta que deveria ser feita por um senador da base aliada do governo. Outros exemplos em meses recentes ilustram a facilidade com que informações relevantes são vazadas de dentro do governo para a grande imprensa.