por evandro pontes
No dia 8 p.p. estive presente no 1º evento de “Lideranças do Aliança Pelo Brasi” no Novotel em São Paulo. Compôs a mesa dos trabalhos os Deputados Luiz Philippe de Orleans e Bragança, Carla Zambelli, Guiga Peixoto, Aline Sleutjes e a advogada Karina Kufa.
O evento foi bastante esclarecedor e boa parte dos debates e orientações estiveram em torno da questão do processo de apoiamento, com atualizações sobre os trâmites que levarão a formalização da abertura do partido.
Durante a coletiva de imprensa, outros veículos mantiveram a preocupação de centrar os questionamentos nos prazos e burocracias.
O Crítica Nacional buscou dar um passo a frente e já imaginando um universo parlamentar com o partido Aliança pelo Brasil formado e composto entre 25 a 27 deputados federais e ao menos 1 senador, procurei interagir com os membros da mesa para que discorressem sobre as possíveis composições para viabilizar os projetos do governo Bolsonaro para os anos vindouros até o final deste mandato, em 2022.
Perguntei diretamente aos parlamentares, hoje filiados (ainda) ao PSL como ficaria a base do governo para votar reformas ainda importantes como a tributária e a administrativa, assim que o Aliança de fato nascer: haverá divergências com o PSL? O PSL seguirá votando os projetos do governo e ala bivarista que remanescer no PSL seguirá apoiando pautas do governo Bolsonaro como a redução da maioridade penal, por exemplo?
Fui prontamente respondido pela Deputada Carla Zambelli, cujo discurso foi endossado pelo Deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança – o risco para a governabilidade é zero.
Nas pautas comuns e de interesse de bancadas como a do agro, o alinhamento não apenas continuará como poderá ser ampliado, podendo representar vitórias parlamentares ainda mais amplas.
A Deputada Zambelli lembrou que em muitos temas a ala bolsonarista do PSL cerra afinidade parlamentar com Patriotas, NOVO (sobretudo nas pautas econômicas), Republicanos e outros partidos mais à direita do espectro político.
O Presidente Bolsonaro, ao isolar a sua base em um partido “conservador puro sangue” (como ele se refere, assim lembrado pelo Deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança), ao invés de dificultar as negociações parlamentares acabará facilitando esse processo, devendo obter uma melhoria de sua governabilidade com um equilíbrio bem maior de inteiração com outros parlamentares que deixam de ser do partido do presidente e podem integrar a base do governo apenas nas pautas comuns.
Bolsonaro mostra mais uma vez que é um estadista diferenciado.
Se com o Aliança ele alcançar a estabilidade partidária que tanto o afligiu durante do primeiro ano de governo, as perspectivas para 2020 e 2021 passam a ser, ao menos no âmbito político, de notável otimismo com ajuste definitivo de conflitos e o total desaparecimento de divergências intrapartidárias, outrora alimentadas por parlamentares que nutriam esperança de obter espaço no governo em troca do apoio (nada mais do que obrigatório).
Isolando os políticos do PSL com tendência mais fisiológica, Bolsonaro devolve o “problema” para o colo dos eleitores – caso algum parlamentar, com o fito de não apoiar o governo, resolver votar contra a redução da maioridade penal, o “problema” deixa de ser um ajuste entre o presidente e as lideranças do partido em face do parlamentar rebelde: passa a ser um problema do parlamentar com o seu eleitor.
Ponto para Bolsonaro, ponto para os deputados de sua base partidária em fase de migração para o Aliança, enfim, ponto para o Brasil.