por paulo eneas
A deputada federal Bia Kicis, uma das apoiadoras históricas e mais fiéis ao Presidente Bolsonaro, foi afastada na noite desta quarta-feira (22/07) da função de vice-líder do governo no Congresso Nacional. A decisão de afastamento foi tomada pelo próprio Presidente Bolsonaro após a deputada ter votado contra a PEC petista de renovação do Fundeb.
Bia Kicis somente tomou conhecimento de seu afastamento pela imprensa após a publicação da decisão no Diário Oficial da União. Em entrevista na manha desta quinta-feira (23/07) à rádio Jovem Pan, a deputada Bia Kicis afirmou que votou contra a PEC do novo Fundeb por razões de consciência, uma vez que a proposta não faz parte do programa de governo.
Bia Kicis afirmou também que não se sente traída pelo presidente por ter sido afastada da vice-liderança, mas ficou perplexa [com o posicionamento do governo em favor da emenda], e entende que este posicionamento não partiu do Presidente da República, em uma alusão indireta ao fato de o governo ter abraçado uma pauta que é claramente contrária ao posicionamento histórico do próprio presidente, quando ainda era deputado.
Um projeto petista endossado pelo Governo Bolsonaro
Conforme mostraremos em artigo a ser publicado mais tarde aqui no Crítica Nacional, o Fundeb é um projeto petista no qual a esquerda vem trabalhando desde 2015 e que visa no médio prazo promover a centralização completa do sistema de educação brasileiro por meio da centralização dos recursos.
A PEC aprovada, que transforma o Fundeb de disposição transitória em dispositivo permanente da Constituição Federal, pavimenta o caminho para em poucos anos estabelecer-se a vinculação da alocação de recursos públicos para a educação à adesão a projetos e diretrizes pedagógicas elaborados pelo próprio estado.
Desta forma, o novo Fundeb promove a hiper centralização estatal em Brasília de todos os assuntos relacionados à educação, desde a alocação de recursos até a determinação dos conteúdos pedagógicos, retirando toda a liberdade de ensino das municipalidades ou mesmo de iniciativas comunitárias.
O próprio Presidente Bolsonaro reconheceu essa centralização ao afirmar, em tom surpreendentemente positivo, que com o novo Fundeb “estamos aumentando a participação do Estado, coisa que PT poderia ter feito lá atrás e não fez“, uma afirmação que vai em sentido contrário ao mote “Mais Brasil, Menos Brasília” que era adotado até então pelo chefe do executivo.
Crítica Nacional Notícias:
[wp-rss-aggregator feeds=”critica-nacional-noticias-2″]