por paulo eneas
Com a quase totalidade dos votos eletrônicos não auditáveis computados em apuração secreta e sem acompanhamento público, os resultados oficiais do segundo turno das eleições municipais realizado neste domingo (29/11) indicam o triunfo político dos tucanos e do centrão e a derrota da direita. Até às 19h30 deste domingo o quadro eleitoral nas principais cidade indicava:
São Paulo (SP)
Com 94% dos votos apurados, vitória do tucano Bruno Covas com 59% dos votos válidos. Guilherme Boulos obteve quase dois milhões de votos. O resultado representa uma vitória política para ambos e uma derrota para a direita. Vitória de Covas irá catapultar o PSDB e seu líder de fato, João Doria. A votação de Boulos o consagra como liderança emergente da esquerda comunista.
Rio de Janeiro (RJ)
Com 93% das urnas apuradas, vence Eduardo Paes com 64% do votos. Amigo de Lula e figura de proa do establishment político, a vitória de Paes consolida a continuidade do status quo político na capital fluminense e a incapacidade da direita de oferecer uma alternativa ao eleitor carioca.
Porto Alegre (RS)
Com mais de 98% das urnas apuradas, Sebastião Melo do MDB leva a prefeitura com 54% dos votos. A comunista Manuela D’Ávila obteve 45% dos votos válidos e reabilitou-se eleitoralmente.
Recife (PE)
Na disputa entre famílias oligárquicas locais ligadas a partidos do Foro de São Paulo, o PSB de João Campos ficou com a prefeitura, obtendo 56.27% dos votos. A petista Marília obteve 43.73%. A apuração já está concluída. O Foro de São Paulo já havia vencido na cidade, faltando apenas saber para qual dos seus membros entregar o trofeu.
Fortaleza (CE)
O PDT de Ciro Gomes foi vencedor, elegendo Sarto para a prefeitura, com 51.69% dos votos. A cidade permanecerá assim um feudo político da oligarquia Gomes.
Vitória (ES)
Na capital capixaba, o Delegado Lorenzo Pazolini do Republicanos desbancou o candidato petista e foi eleito com 58% dos votos, indicando assim mais uma vitória expressiva do Centrão.
O cenário geral: ausência dos conservadores
A disputa em outras cidades do país mostra o PT recuperando alguns redutos históricos, como Diadema (SP), mas ficando de fora de todas as capitais do país. Por sua vez, o PSOL volta à prefeitura em Belém (PA), e em Cuiabá (MS) o candidato do MDB, Emanuel Pinheiro derrotou o candidato bolsonarista, Abílio Junior, que disputou pelo Podemos.
Uma leitura preliminar do quadro político formado nesse segundo turno poderia fazer o leitor imaginar estar acompanhando os resultados eleitorais de dez anos ou mais atrás: exceto pelas mudanças nos nomes dos partidos, os personagens políticos em sua grande maioria são os mesmos.
Ou seja, o establishment político praticamente não foi afetado e o nascente movimento conservador brasileiro, que elegeu o Presidente da República, está praticamente ausente do hall dos vitoriosos nestas eleições.