por paulo eneas
As sucessivas demonstrações de fraqueza política da parte do próprio Presidente da República e os recuos sucessivos decorrentes da desastrosa estratégia adotada pelo núcleo duro do governo, formado pelo General Ramos, Braga Netto, Fabio Faria e André Mendonça, levaram o Presidente Bolsonaro a tornar-se refém das forças políticas que supostamente seriam suas principais aliadas nesta segunda metade de seu mandato presidencial.
O Centrão, sob comando direto e Arthur Lira e de Rodrigo Pacheco, está impondo duas exigências ao presidente, sob ameaça de, se não atendidas, abrir processo de impeachment contra o chefe do governo: a saída de Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores, e a retirada do protocolo de tratamento precoce da covid como recomendação do Ministério da Saúde.
Política externa sob risco
Nesta operação para tentar retirar o atual chanceler, o Centrão conta com o endosso de toda a esquerda, desde os trotskistas do PSOL até os tucanos da velha e da nova guarda. A operação também mira o assessor especial Filipe Martins, o mais importante conselheiro do Presidente da República e que sempre esteve na mira dos principais inimigos do governo, em especial a grande imprensa.
A bem-sucedida política externa brasileira, chefiada por Ernesto Araújo, constitui-se no último pilar do que restou do projeto conservador original aprovado nas urnas nas últimas eleições presidenciais. Projeto este cujas demais pautas foram boicotadas ou inviabilizadas no todo ou em parte não apenas pelos inimigos explícitos, mas por integrantes do próprio governo trazidos para o Palácio do Planalto e para a Esplanada dos Ministérios pelo próprio presidente.
O esforço demonstrado pelo Centrão e por uma ala do próprio governo para afastar Ernesto Araújo mostra que a quase totalidade do establishment político brasileiro, do qual o próprio Centrão e este setor do governo fazem parte, estão empenhados em atender ao lobby e aos interesses do Partido Comunista Chinês.
É importante lembrar que o Partido Comunista Chinês nunca assimilou o fato de o Brasil ter um chanceler com o perfil de Ernesto Araújo: patriota, defensor da nossa soberania e dos valores mais caros ao povo brasileiro. Razão pela qual os operadores políticos deste partido, blindados por credenciais diplomáticas, sempre operaram em território nacional pela derrubada de Ernesto Araújo.
A operação para a derrubada de Ernesto Araújo ora em andamento está sendo comandada pessoalmente por Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados.
Tratamento precoce sob risco
Outra frente de chantagem ao governo é na área da saúde: existe uma pressão para que o Ministério da Saúde retire qualquer recomendação ao tratamento precoce para a covid. A pressão vem do setor político, incluindo o centrão obviamente, que atende aos interesses e ao lobby da grande indústria farmacêutica monopolista internacional.
Esta indústria já tem sob seu controle toda a grande imprensa nacional para impor a narrativa mentirosa de que a vacinação é a única abordagem possível para a covid e, em consequência, demonizar qualquer outra abordagem, especialmente o tratamento precoce e profilático.
Esta pressão já produziu um resultado parcial: o responsável indicado pelo ministro Marcelo Queiroga para definir os protocolos do Ministério da Saúde para a covid, Dr. Carlos Carvalho, é claramente hostil ao tratamento precoce. Em entrevista à BBC News Brasil em abril do ano passado, Carlos Carvalho fez chacota e comparou a cloroquina à novalgina, no que diz respeito à eficácia contra a covid.
Trata-se de uma afirmação que contraria a experiência real de inúmeros médicos brasileiros e do resto do mundo, que têm conseguido salvar a vida de milhares de pessoas acometidas pela covid por meio do uso de medicamentos na modalidade off label, como cloroquina e ivermectina.
A possível retirada da recomendação do Ministério da Saúde para o tratamento precoce abrirá o caminho para a criminalização do tratamento precoce, o que poderá resultar na morte de milhares e milhares de brasileiros. Trataremos em detalhe desta ameaça real de criminalização do tratamento precoce em artigo em separado.
As escolhas erradas do presidente
Essa quadro desalentador decorre em grande parte de erros cometidos pelo próprio Presidente Bolsonaro. Passado o período inicial de seu governo, especialmente após a aprovação da Reforma da Previdência, o presidente passou a ignorar conselhos e recomendações de aliados históricos, comprometidos com a pauta conservadora e soberanista que o elegeu.
Em vez disso, o presidente preferiu adotar a desastrosa estratégia de “pacificação”, que significou na prática deixar os seus inimigos e os inimigos do país atacá-lo em paz, sem opor qualquer resistência.
Se não bastassem os inimigos explícitos, o presidente ainda trouxe para dentro do governo figuras que nunca tiveram compromisso algum com a agenda que o elegeu, ao mesmo tempo em que os poucos conservadores que ocupavam posições no governo começaram a ser banidos.
A promessa de despetização da máquina pública ficou apenas na promessa: não só não houve despetização alguma, como petistas e esquerdistas em geral foram convidados para diversos cargos de confiança, como é o caso do Ministério dos Direitos Humanos, que tornou-se na prática o departamento psolista-petista do Governo Bolsonaro, empenhado em levar adiante a agenda identitária e de gênero da esquerda internacional.
A soma desses erros e de tantos outros, combinada com a tragédia da pandemia que o próprio governo não foi capaz de perceber desde o início como sendo uma arma de guerra política, apesar dos avisos recebidos, resultou no quadro que temos hoje: um governo acuado, que cede aos inimigos, em prejuízo da população brasileira.
Nos artigos abaixo detalhamos uma série de medidas, todas amparadas pela Constituição Federal, que podem ser tomadas pelo Presidente da República para efetivamente passar a exercer o poder institucional que lhe foi conferido por quase sessenta milhões e brasileiros e tomar as rédeas do país para assegurar a lei e a ordem e fazer o enfrentamento efetivo à pandemia:
1) Atrocidades & Violência Generalizadas Por Todo País: Governo Federal Precisa Adotar Medidas Urgentes
2) Depois das Manifestações: O Que O Governo Precisa Fazer Neste Momento
3) Saída de Eduardo Pazuello: Governo Terá A Chance de Implementar Tratamento Precoce e Preventivo
4) Faltam Leitos de UTI em Todo o País: Onde Está O Dinheiro Repassado Pelo Governo Federal?
5) A Prioridade Nacional É Revogar a Lei 13.979 do Coronavírus: O Cavalo de Troia da Pandemia